Os contratos firmados entre Machado de Assis e os irmãos Garnier
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v8i0.1578
A produção intelectual de Machado de Assis nasceu, no início da segunda metade do século XIX, por meio das prensas do editor Paula Brito. Essa relação do autor com seus editores construiu-se a partir de laços afetivos e profissionais, como bem demostram suas cartas. Entre esses editores os irmãos Garnier: Baptiste Louis e François Hyppolite merecem destaque, o primeiro por ser com quem o autor assinou seus primeiros contratos e o segundo por comprar, em 1899, a propriedade inteira e perpétua de suas obras. Machado de Assis, ao assinar seus contratos, garantiu um grande lucro aos editores, com quem, graças a sua notoriedade, mantinha uma relação vantajosa. A proposta deste estudo é analisar esses documentos para compreender como as cláusulas afiançam o lucro das duas partes, favorecem a qualidade da edição e, ainda, colaboram para a perpetuação das obras, o que pode ampliar a compreensão acerca da relação entre o editor, o autor e o público no mundo beletrista oitocentista, bem como destacar a importância das fontes primárias para a consolidação das letras nacionais.
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Referências
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