POR UMA EDUCAÇÃO LITERÁRIA AFROCENTRADA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
UM ESTUDO SOBRE A MEDIAÇÃO E A RECEPÇÃO DA OBRA O PEQUENO PRÍNCIPE PRETO
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13619678Resumo
Neste artigo, tecemos reflexões sobre a educação literária afrocentrada de crianças dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública federal mineira. A partir da análise documental (Sá-Silva, Almeida e Guindani, 2009) e da investigação da própria prática (Ponte, 2012), analisamos a mediação e a recepção da obra O pequeno príncipe preto, de Rodrigo França, buscando responder à seguinte questão “Como contribuir para uma formação leitora crítica e sensível centrada na diversidade étnico-racial?”. O trabalho inspirou-se nos estudos sobre a literatura e a literatura afrocentrada para a infância (Candido, 1988; Todorov, 2009; Debus, 2017; Mayer e Gomes, 2021; Cardoso, 2023) e o partilhamento da leitura literária no ambiente escolar (Chambers, 2007, 2011). Tomamos como base dados de uma pesquisa qualitativa em andamento que investiga as concepções de educação literária presentes no currículo da alfabetização e como as ações didáticas de docentes podem operar como instrumentos de resistência e reexistência diante do silenciamento étnico-racial histórico no campo educacional. Os resultados revelam que a articulação de livros protagonizados pela negritude em contextos de ensino contribui para ampliar o currículo e potencializar a formação das identidades, fortalecendo subjetividades, valorizando estéticas enegrecidas e desconstruindo a noção de inferioridade dos sujeitos ditos minoritários.
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