Revista Leia Escola https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia <p style="text-align: justify;">A Revista Leia Escola é o periódico quadrimestral do Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino da Unidade Acadêmica de Letras da Universidade Federal de Campina Grande. A revista publica textos inéditos que reflitam sobre a linguagem e o ensino, a partir dos seguintes eixos: ensino de literatura e formação de leitores; práticas leitoras e diversidade de gêneros literários; práticas sociais, históricas e culturais de linguagem; e ensino de línguas e formação docente.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>e-ISSN</strong>: 2358-5870</p> <p><strong>QUALIS: A4</strong> (2017-2020)</p> <p><strong>ÁREA : </strong>LINGUÍSTICA E LITERATURA </p> <p><strong>ANO DE CRIAÇÃO: </strong>2012</p> <p><strong>PERIODICIDADE</strong>: Quadrimestral</p> <p><strong>E-MAIL:</strong> leiaescola2010@gmail.com</p> <p><strong>E-MAIL INSTITUCIONAL:</strong> periodico_ppgle@ufcg.edu.br</p> <p><a href="https://scholar.google.com.br/citations?user=pA53HAIAAAAJ&amp;hl=pt-BR&amp;citsig=AMD79orNHRPtOWuWuVSxuFN2bW9E_Hg2oA"><strong>GOOGLE SCHOLAR Índice H5: </strong></a>6</p> <p><a title="CITE FACTO" href="https://www.citefactor.org/journal/index/23286/revista-leia-escola#.XKurI_ZFzIU"><strong>CITEFACTOR</strong>: 1.5</a></p> <p><a title="mla" href="https://miar.ub.edu/indizadaen/2358-5870/mla"><strong>MLA</strong>: 4.4</a></p> EDUFCG pt-BR Revista Leia Escola 2358-5870 CONVERSA COM ALE SANTOS https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/3321 <p>Ale Santos é autor afrofuturista, ativista, podcaster e storyteller quem vem ganhando muita projeção no cenário cultural brasileiro nos últimos anos, sendo inclusive reconhecido pela <em>Science Fiction Research Association</em> (SFRA) como o autor afrofuturista mais popular da nova geração. Assim, o jovem autor pode ser considerado como uma voz crucial na cena literária afrofuturista, especialmente em relação ao endereçamento de obras para crianças e jovens. Sua especialidade tem sido fusionar com sucesso a ficção científica com a cultura afro-brasileira, explorando temas como ancestralidade e resistência. Foi finalista do Prêmio Jabuti por duas vezes e do CCXP Awards. Algumas de suas obras que merecem destaque são <em>A Malta Indomável</em> e <em>O Último Ancestral</em>, pois apresentam características capazes de gerar engajamento de leitura por parte de jovens leitores.</p> Érica Fernandes Alves Pedro Barth © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 240 245 10.5281/zenodo.13619760 AMPLIAÇÕES, IDENTIDADES E NOVAS REPRESENTAÇÕES https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/3319 <p>Nas últimas décadas, os subsistemas literários infantil e juvenil tiveram uma grande expansão em relação ao número de obras, autores e circulação (Ceccantini, Valente, 2014; Aguiar, Martha, 2014). Novas temáticas, formatos e estruturas consolidaram a qualidade e a quantidade de obras para crianças e jovens. Entre as expansões observadas está a ampliação das representações identitárias presentes nas produções para crianças e jovens. A voz de minorias políticas – ou das maiorias minorizadas – foi durante séculos subjugada e silenciada. Eram praticamente inexistentes representações positivas de minorias em obras infantis/juvenis. Atualmente, novas autorias garantem visibilidades para diferentes identidades, entretanto é fundamental o desenvolvimento de um trabalho crítico para triagem e análise das obras, tanto para selecionar e evidenciar obras que além de aspectos relativos à representações, possuem também qualidades artísticas e estéticas, quanto para ampliar a sua divulgação e circulação. Embora os avanços e conquistas em relação às possibilidades de publicação de obras por autores pertencentes a maiorias minorizadas sejam inegáveis, é crucial que a pesquisa acadêmica e sua articulação com o ensino permaneçam atentas e vigilantes.&nbsp;</p> Carolina Tosi Érica Fernandes Alves Pedro Afonso Barth © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 03 06 10.5281/zenodo.13557089 SER MENINA E SER SELVAGEM https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2219 <p>Este estudo, situado no campo aplicado dos estudos da linguagem, pretende promover uma reflexão acerca da necessidade em se ampliar as representações de feminilidades em narrativas infantis, ao abrir espaço para a problematização e desconstrução dos estereótipos de gênero. Para isso, o objeto de análise deste artigo é o livro infantil <em>Selvagem</em> (2015), de Emily Hughes, que traz à baila a importância da visibilidade de representações femininas que contestam a repetição hegemônica de uma identidade pautada historicamente na ideia de domesticação da mulher. Ao traçar um paralelo entre o arquétipo da Mulher Selvagem (ESTÉS, 2014) e a menina protagonista do livro, é possível trazer à luz a potência de leituras literárias infantis na formação humana. Ancorada nos estudos culturais e feministas, em interface com os estudos sobre leitura literária, a análise dos dados demonstrou que, além de possível, é fundamental que personagens femininas rompam com segundo lugar na literatura dedicada ao público infantil e ampliem as possibilidades de produções de feminilidades.</p> Bruna Ximenes Corazza © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 07 21 10.5281/zenodo.13559140 MEMORIAS DISCURSIVAS Y MATRICES ESTÉTICAS EN LA LITERATURA INFANTIL ARGENTINA. PERSPECTIVAS EN TORNO A LA CONFIGURACIÓN DE LA MUJER EN LAS NUEVAS NARRATIVAS https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/3288 <p>Durante las últimas décadas, se ha registrado una gran producción de libros destinados a las infancias, caracterizados por diseños, materialidades y temáticas innovadoras. Estos han dado lugar a la creación de géneros y estéticas transgresoras que amplían las representaciones identitarias y, a la vez, evidencian la transformación no solo de la concepción del destinatario sino también de la finalidad de la literatura infantil, que se consolida como experiencia estética, alejada de cualquier fin utilitario. En el marco del presente dosier y, desde los estudios del Análisis del Discurso, el presente trabajo se propone indagar las representaciones identitarias femeninas en dos libros álbum editados en la Argentina: <em>La durmiente</em>, de María Teresa Andruetto e Istvansch, y <em>La bella Griselda</em>, de Isol. &nbsp;El abordaje muestra que la evocación a una determinada “memoria discursiva” (COURTINE, 1981 y 1994) de índole patriarcal en torno a la representación de la mujer, con la que las obras establecen diferentes vínculos&nbsp; posibilita, por un lado, cimentar una memoria discursiva con perspectiva de género y, , acompaña la creación de “nuevas matrices estéticas” de la LI, donde la palabra escrita, la imagen y las materialidades de la edición ponen en juego diversas semiosis, sentidos y subjetividades.</p> Carolina Tosi © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 22 38 10.5281/zenodo.13560238 A IMAGINAÇÃO COMO RESISTÊNCIA: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2199 <p><em>Anne de Green Gables</em>, publicado em 1908 no Canadá, é um marco literário importante na representação de adolescentes. Este trabalho tem como objetivo analisar o papel da imaginação juvenil frente a situações de vulnerabilidade social, assim como os fatores constitutivos de uma mentalidade criativa e como tais aspectos são evidenciados na obra literária. A personagem título precisa aprender a lutar contra as desigualdades e o abandono, e será sua imaginação, alimentada por referências literárias, que lhe dará as ferramentas necessárias para a construção de sua identidade. Os principais referenciais teóricos são Michèle Petit (2008; 2009), Wilma Patricia Maas (2000), Teresa Andruetto (2012), entre outros.&nbsp; Em conclusão, tem-se a comprovação da função essencial da literatura no processo de formação do imaginário juvenil e a definição de que esse simboliza a chave para a fuga de uma realidade adversa, o que resulta na resistência da jovem Anne frente a situações de vulnerabilidade social.</p> Luana Araújo Pedro Afonso Barth © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 39 53 10.5281/zenodo.13561057 LITERATURA ARGENTINA PARA LAS INFANCIAS Y RECONFIGURACIONES IDENTITARIAS https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2182 <p>Los discursos de la contemporaneidad interpelan representaciones hegemónicas acerca de las identidades habilitando imágenes divergentes. En sintonía, la literatura infantil y juvenil (LIJ) manifiesta una serie de propuestas con anclaje en la concepción de las subjetividades desde la alteridad lo cual conlleva la resignificación del ser niño y de la relación con los adultos. El presente artículo plantea una indagación en torno al libro <em>Selene</em>, escrito por María Teresa Andruetto con ilustraciones de Germán Wendel, publicado por Sudamericana, en 2020. Se trata de demostrar que el texto analizado tracciona la poética de Andruetto, en interrelación con el lenguaje visual y los dispositivos de la edición, determinando zonas de inflexión desde las que se visibilizan otros sujetos y sus discursos. Sostenemos, asimismo, que las modulaciones ficcionales que componen las figuras de la disidencia inscriben continuidades con los protocolos teórico-críticos y las operaciones editoriales asociadas a la literatura argentina para las infancias de las últimas décadas.</p> Natalia Elizabeth Rodríguez © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 54 68 10.5281/zenodo.13561498 A (RES)CONSTRUÇÃO FEMININA NOS POEMAS DE ALICE RUIZ https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2291 <p>O fazer poético desempenha um papel fundamental no campo representativo, expressando situações históricas de um povo. Logo, a poesia não é apenas uma combinação hermética entre palavras, mas possibilita a apreensão das nuances políticas de uma época, legitimando lutas sociais e de gênero. Os textos literários de autoria feminina são espaços onde ecoa a voz da mulher, a qual ainda enfrenta muitas lutas para se reconhecer e se tornar conhecida no meio artístico e cultural. Este artigo tem como propositura apresentar a poesia de Alice Ruiz não somente pela linguagem; e sim por dispor de um espaço discursivo que expressa um conjunto de experiências humanas e ideológicas pertinentes à mulher. Compreendemos que o projeto estético da poeta contribui para a formação do(a) jovem leitor(a) quando oportunizado no espaço de mediação. Nesse contexto, Hegel (1980), Cohen (1974), Staiger (1975) e Spitzer (2003) proporcionam a percepção da linguagem poética de Alice Ruiz; da mesma forma, Foucault (2014), Showalter (1994) e Vianna (2004) propiciam a apreensão das camadas discursivas, as quais contemplam temas como corpo, amor e tempo. Consideramos relevante a recepção da poesia de Alice Ruiz no espaço escolar, uma vez que amplia a compreensão dos(as) estudantes sobre poder e gênero.</p> Aline Almeida Andreia Oliveira-Iguma Marivaldo Omena © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 69 80 10.5281/zenodo.13561942 O ORGULHO DE PODER GRITAR “EU SOU NEGRA”: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2277 <p><strong>Resumo:</strong> O presente artigo tem como objetivo discutir a afirmação da identidade racial na obra infantojuvenil brasileira <em>A menina que nasceu sem cor</em> (2020), da poeta Midria. A autora, por meio da narrativa, registra os caminhos que fizeram a personagem se entender como negra e a reivindicar a potência de suas raízes. Como método, a pesquisa adota uma abordagem de revisão bibliográfica e análise interpretativa relacionada à teoria Pós-Colonial, com o intuito de confirmar a importância dos aspectos relacionados às subjetividades de crianças e de adolescentes negras e negros que sentem que não são pertencentes ao mundo desde pequenos. Como aporte teórico utilizamos as discussões de Hall (2006), Kilomba (2019), de Devulsky (2021), de Adichie (2019), dentre outros teóricos que se fizeram necessários. Assim, infere-se a necessidade de questionar uma visão de mundo eurocêntrica que tenta apagar a subjetividade de pessoas negras e que tentam apagar da história grupos que também participaram do processo de formação do Brasil.</p> <p><strong>Palavras-Chaves: </strong>Identidade. Raízes. Cor.</p> Natália Felícia Vieira Erica Fernandes Alves © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 81 93 10.5281/zenodo.13562294 A RESISTÊNCIA FANONIANA COMO CONSTRUCTO IDENTITÁRIO NO ROMANCE JUVENIL O ÓDIO QUE VOCÊ SEMEIA, DE ANGIE THOMAS https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2211 <p>O presente estudo, partindo do romance <em>O ódio que você semeia</em> (2019), da escritora afro-americana Angie Thomas, apresenta os principais aspectos da resistência violenta na obra, tendo embasamento nos estudos teóricos de Frantz Fanon (2005; 2020). A protagonista do romance, uma adolescente negra, testemunha o assassinato de um jovem negro durante uma abordagem policial. A obra mostra como a personagem conseguiu sair do <em>status quo</em> da branquitude e foi capaz usar sua voz como uma arma de revide. Diante do exposto, o objetivo do estudo é explicar quais são as formas de resistência que se fazem presentes na narrativa – não apenas através da protagonista. Ademais, objetiva-se determinar de que maneira a oposição, em sua materialização fanoniana, contribui para a criação de subjetividade negra no processo de “tornar-se negro”. Para tanto, a metodologia empregada no artigo é bibliográfica, pautada em pesquisas advindas dos Estudos Culturais e pós-coloniais, da filosofia e da psiquiatria.</p> <p>&nbsp;</p> Natacha dos Santos Esteves Geniane Diamante Ferreira © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 94 106 10.5281/zenodo.13562876 DO TECIDO DA FICÇÃO À “ESCREVIVÊNCIA” QUE COSTURA NOVOS OLHARES PARA A REALIDADE: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2229 <p>Este trabalho tem como objetivo analisar a recepção do conto “Maria” de Conceição Evaristo por alunos de uma terceira série do Ensino Médio, evidenciando as potencialidades que o texto literário apresenta de envolver o leitor, suscitando reflexões acerca das temáticas presentes na obra. Para tanto contou com respaldo nos estudos de Jauss (1994), Candido (1995), Cosson (2014), Evaristo (2020), Petit (2009), Rouxel (2013) dentre outros teóricos que pesquisaram sobre a recepção do texto literário, a literatura e o leitor juvenil. Os resultados apontam a conexão emocional que os alunos estabelecem com a obra destacando a importância desta para a representatividade de ficção. As considerações finais evidenciam a mediação do conto como um instrumento pedagógico eficiente, ressaltando que o trabalho com o texto literário em sala de aula provocou o encontro do leitor com o texto de modo que veio a suscitar diversas reflexões sobre a realidade social existente no Brasil, além de proporcionar a identificação pessoal e atribuição de sentidos individuais preservando o fator literário da leitura.</p> Jussara da Conceição Soares Keutre Gláudia da Conceição Soares Bezerra Diana Maria Leite Lopes Saldanha © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 107 125 10.5281/zenodo.13600254 "TODO DIÁRIO É UM QUARTINHO" https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2189 <p><span style="font-weight: 400;">A literatura infantojuvenil é uma categoria de difícil definição dentro dos estudos literários. Isso, no entanto, não restringe a variedade de textos inscritos sob essa rubrica, ainda mais no cenário contemporâneo, marcado pela emergência de autorias, temáticas e materialidades do livro infantojuvenil. Tendo em vista tal horizonte de produção, este artigo propõe uma leitura analítico-interpretativa do livro </span><em><span style="font-weight: 400;">Carolayne, Carolina e as histórias do diário da menina </span></em><span style="font-weight: 400;">(2021), de Simone Mota, na qual se busca evidenciar os dispositivos estruturais e diegéticos que enformam o livro, considerando, para isso, o tratamento material do objeto, a elaboração de uma narradora criança e os diálogos intertextual e intergênero, principalmente a partir da retomada dos escritos diarísticos de Carolina Maria de Jesus. Na narrativa de Mota, percebe-se como esses elementos confluem de modo a funcionar como potenciais atrativos para o leitor em formação, friccionando a visão estigmatizada que ainda recai sobre esse conjunto de textos. Ademais, ao recuperar a escrita e a figura da autora de </span><em><span style="font-weight: 400;">Quarto de despejo</span></em><span style="font-weight: 400;"> [1960], o livro redimensiona o lugar de Carolina no imaginário do leitor em formação e na memória cultural brasileira.</span></p> Júlio César de Araújo Cadó Maria Regina Soares Azevedo de Andrade Juliane Vargas Welter © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 126 139 REVISITANDO LÍDERES NEGROS NA LITERATURA JUVENIL AFRO-BRASILEIRA https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2274 <p>O presente artigo tem como objetivo analisar o livro de Leonardo Chalub, <em>Palmares de Zumbi</em>, publicado em 2019. Considerando o crescimento de publicações e estudos voltados às tendências contemporâneas que dialogam com os marcadores sociais da diferença, destacados pela Base Nacional Comum Curricular (2019), – &nbsp;os estudos sobre gênero, questões étnico-raciais, inclusão social das pessoas com deficiência, entre outros temas transversais – &nbsp;o foco dessa análise é pensar na reescrita da história desse líder negro destinada aos leitores jovens. O estudo crítico ancora-se em trabalhos que evidenciam a relevância da literatura afro-brasileira para crianças e jovens, como Cavalleiro (2001), Machado (2011), Debus (2018), Godoy (2023), e sobre o romance histórico contemporâneo, conforme Esteves (2010), entre outros estudos críticos e teóricos. Espera-se que este trabalho, a partir da representação literária em questão, contribua para a reflexão da necessidade de resgatar o passado, evidenciando a proficuidade do questionamento dos marcadores sociais da diferença, em especial as questões étnico-raciais, para,&nbsp; enfim, promover a compreensão das relações sociais e das desigualdades, além da ressignificação daquilo que foi colocado à margem e a importância da representação positiva da imagem negra em sala de aula, sobretudo de figuras heroicas.</p> Lucélia Canassa Maria Carolina Godoy © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 140 154 10.5281/zenodo.13602175 PRODUÇÃO, VALIDAÇÃO E DIFUSÃO https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2282 <p>O propósito deste trabalho é analisar a produção, validação e difusão de narrativas biográficas para as crianças com ênfase naquelas que têm como protagonismo o sujeito negro. Para tanto, o trabalho caracteriza os livros informativos para as crianças, apresenta uma contextualização do gênero biográfico na literatura infantil e propõe a investigação de uma obra biográfica que traz como protagonista o líder negro Nelson Mandela. Teóricos como Lajolo e Zilberman (2007), Linden (2011) e Stuar Hall (2016) são acionados para embasar as discussões. Além disso, trazemos à baila pesquisa contemporâneas sobre o tema. Nossas premissas são de que os livros biográficos escritos por autores que vivenciam a experiência negra fazem representações menos estereotipadas tanto do local quanto da atuação dos sujeitos. No entanto, as biografias ainda tendem a caracterizar o personagem como herói enfatizando seu caráter moralizante e educativo.</p> Vívian Stefanne Soares Silva © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 155 168 10.5281/zenodo.13604289 A EDUCAÇÃO COM PÉ NO CHÃO SE FAZ COM DIVERSIDADE https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2271 <p>O presente trabalho traz como ponto de partida o surgimento da literatura afro-brasileira e a importância de levá-la para o contexto escolar, sobretudo, na escola do campo, repensando o ensino de literatura. Nesta perspectiva, o trabalho objetiva analisar os impactos da aplicação de um projeto de literatura em uma escola do campo. O estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica e na realização de um projeto para os alunos se aproximarem da literatura afro-brasileira. Para a obtenção dos resultados e sistematização, foram utilizados aportes teóricos acerca da literatura negra, da literatura infanto-juvenil, da Educação no Campo e de leis que garantem o ensino da história e cultura negra nas instituições escolares. Ao longo do estudo, observou-se a maneira como ensino de literatura afro-brasileira é importante para o fortalecimento de uma educação antirracista, sobretudo quando as obras literárias eram voltadas para o público jovem e a aplicação pedagógica considerava todo o contexto de estudantes provindos do campo. Como resultados percebem que os séculos de escravidão no Brasil refletem nas relações raciais até os dias atuais, através de uma estrutura racial, a qual a literatura, ao cumprir sua função social, consegue representar esses temas de maneira fiel e sensível.</p> Larissa Sousa Fernanda Bortoletto © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 169 188 10.5281/zenodo.13619540 O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE SUBJETIVIDADE E IDENTIDADE DE CRIANÇAS PRETAS https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2222 <p>O presente artigo busca refletir acerca do papel da literatura infantil na formação da subjetividade e identidade de crianças pretas, amparado pela leitura do livro Amoras, escrito pelo rapper Emicida. Foi utilizada a metodologia de caráter qualitativo, descritivo, exploratório, a partir da revisão bibliográfica.&nbsp; Por meio da interdisciplinaridade entre psicologia e literatura, o artigo apresenta a importância do acesso à produções literárias de temática afrocentrada durante o processo de desenvolvimento e subjetivação de crianças negras, como forma de promover uma visão e percepção de si mesmos desprendida de estereótipos. Este artigo será embasado epistemologicamente no campo das relações étnico-raciais, nos estudos sobre infâncias e literatura infantil, e das perspectivas interdisciplinares de construção de conhecimento. Por fim, a partir da discussão teórica e da reflexão acerca da obra Amoras, conclui-se a importância de expor as crianças à referenciais étnico-raciais positivos, considerando que a construção de subjetividade das mesmas está atrelada aos referenciais teóricos que as rodeiam, para assim promover identificação e empoderamento de crianças pretas propiciando uma constituição subjetiva de amor à própria figura.</p> Beatriz Gomes Maylla Chaveiro © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 189 205 10.5281/zenodo.13619627 POR UMA EDUCAÇÃO LITERÁRIA AFROCENTRADA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2269 <p>Neste artigo, tecemos reflexões sobre a educação literária afrocentrada de crianças dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública federal mineira. A partir da análise documental (Sá-Silva, Almeida e Guindani, 2009) e da investigação da própria prática (Ponte, 2012), analisamos a mediação e a recepção da obra O pequeno príncipe preto, de Rodrigo França, buscando responder à seguinte questão “Como contribuir para uma formação leitora crítica e sensível centrada na diversidade étnico-racial?”. O trabalho inspirou-se nos estudos sobre a literatura e a literatura afrocentrada para a infância (Candido, 1988; Todorov, 2009; Debus, 2017; Mayer e Gomes, 2021; Cardoso, 2023) e o partilhamento da leitura literária no ambiente escolar (Chambers, 2007, 2011). Tomamos como base dados de uma pesquisa qualitativa em andamento que investiga as concepções de educação literária presentes no currículo da alfabetização e como as ações didáticas de docentes podem operar como instrumentos de resistência e reexistência diante do silenciamento étnico-racial histórico no campo educacional. Os resultados revelam que a articulação de livros protagonizados pela negritude em contextos de ensino contribui para ampliar o currículo e potencializar a formação das identidades, fortalecendo subjetividades, valorizando estéticas enegrecidas e desconstruindo a noção de inferioridade dos sujeitos ditos minoritários.</p> Patrícia Barros Soares Batista © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 206 220 10.5281/zenodo.13619678 A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS DE LETRAMENTO RACIAL CRÍTICO NA SALA DE AULA https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2175 <p><span style="font-weight: 400;">A escola, espaço de educação literária, é o ambiente apropriado para a discussão sobre os processos identitários e as ações que envolvem a educação para as relações étnico-raciais. Este artigo é resultado de uma pesquisa de abordagem qualitativa, que comportou um estudo de caso e foi realizada em uma escola pública com alunos do sexto ano do Ensino Fundamental Anos Finais. O objetivo foi analisar como a construção de um espaço de letramento racial crítico pode contribuir para a educação das relações étnico-raciais. Os livros utilizados na pesquisa se enquadram no campo artístico-literário conforme a Base Nacional Comum Curricular de Língua Portuguesa (BRASIL, 2018) e tratam da temática africana e afro-brasileira de acordo com obrigatoriedade da Lei 10.639/03. A partir das estratégias de leitura e escrita buscou-se analisar o desenvolvimento de processos de identificação com a história, a cultura, a identidade africana e afro-brasileira, para a construção de uma educação antirracista. O estudo revelou que a presença dos livros contribuiu com a educação das relações étnico-raciais ao aproximar os estudantes de personagens protagonistas negras, de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">enredos que mostram a herança cultural africana, da identidade negra apresentada de forma positiva e do enfrentamento às situações de racismo.&nbsp;</span></p> Fabia Vaniz de Oliveira Haas Letícia Cao Ponso © 2024 Revista Leia Escola https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-04-30 2024-04-30 24 1 221 239 10.5281/zenodo.13619714