O QUE TEM DE CRÍTICO NO ENSINO DE LÍNGUAS BASEADO EM TAREFAS E QUAL É A TAREFA DA PEDAGOGIA CRÍTICA?

A PRODUÇÃO DE ATIVIDADES DIDÁTICAS EM UM PROJETO DE MONITORIA DE LÍNGUA INGLESA A PARTIR DA TRANSLINGUAGEM

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.14053063
Palavras-chave: Ensino de Línguas Baseado em Tarefas., Pedagogia Crítica, Monitoria, Translinguagem, Atividades Didáticas.

Resumo

Neste trabalho discutimos que, embora pareçam distantes tanto teórica quanto metodologicamente, a Pedagogia Crítica (PC) e o Ensino de Línguas Baseado em Tarefas (ELBT) se interseccionam e podem contribuir para uma educação linguística socialmente engajada. A partir dessa imbricação, propomos tensionar os princípios que ora afastam, ora aproximam tais abordagens, a partir de uma cena de sala de aula de língua inglesa de um projeto de monitoria desenvolvido em uma universidade do interior da Bahia. Exemplos de atividades didáticas com foco na discussão identitária serão trazidas a fim de não só ilustrar a relação entre ambas as perspectivas, mas também investigar, a partir do conceito da translinguagem, o impacto de se considerar todo o repertório linguístico dos alunos em sala de aula. Neste texto, por fim, debatemos o papel da PC e da ELBT no desenvolvimento de atividades mais sensíveis à diferença linguística e identitária e como elas se configuram uma alternativa a práticas que desvalorizam o potencial dos recursos semióticos nos quais os alunos se embasam para construir sentido em sala de aula.

Palavras-chave: Ensino de Línguas Baseado em Tarefas. Pedagogia Crítica. Translinguagem. Atividades didáticas. Monitoria.

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Biografia do Autor

Gustavo Dias Oliveira, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Graduando em Letras - Libras/Língua Estrangeira pelo Centro de Formação de Professores (CFP), na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Membro do Grupo de Pesquisa em Estudos de Língua Inglesa do Centro de Formação de Professores da UFRB (GPELI-UFRB). Atuou como voluntário na no Programa Institucional de Iniciação à Docência - PIBID. Atuou como voluntário no Projeto Agente Populares de Saúde (PAPS), na UFRB. Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) Afirmação: Acesso a Permanência de Jovens de Comunidades Negras Rurais no Ensino Superior.

Diogo Oliveira do Espírito Santo, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Docente de Língua Inglesa e Estágio de Língua Inglesa no Centro de Formação de Professores (CFP) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É doutor e mestre em Língua e Cultura pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (PPGLINC/UFBA). É licenciado em Letras/Inglês pela mesma universidade. Tem trabalhos acadêmicos desenvolvidos na área da Linguística Aplicada e Sociolinguística Crítica e possui interesse, sobretudo, em temas como: Formação de professores para o ensino de línguas, perspectiva translíngue na pesquisa e no ensino de línguas, negociação de posições identitárias em mídias sociais e Interculturalidade no ensino e no desenvolvimento de materiais didáticos de línguas. É líder do Grupo de Pesquisa do CNPq em Estudos de Língua Inglesa do Centro de Formação de Professores da UFRB (GPELI-UFRB) e é membro do grupo de pesquisa "DECOLIDE: Decolonialidade, Linguagem, Identidade e Educação" (UFBA), sob orientação da professora Lívia Márcia Tiba Rádis Baptista.

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Publicado em

7 de novembro de 2024

Como Citar

OLIVEIRA, G.; ESPÍRITO SANTO, D. O QUE TEM DE CRÍTICO NO ENSINO DE LÍNGUAS BASEADO EM TAREFAS E QUAL É A TAREFA DA PEDAGOGIA CRÍTICA? : A PRODUÇÃO DE ATIVIDADES DIDÁTICAS EM UM PROJETO DE MONITORIA DE LÍNGUA INGLESA A PARTIR DA TRANSLINGUAGEM. Revista Leia Escola, Campina Grande, v. 24, n. 2, p. 158–177, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.14053063. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2368. Acesso em: 4 dez. 2024.

Seção

Dossiê