Trauma, memória e identidade em Beloved, de Toni Morrison
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v9i2.1767
Resultado de estudos doutorais, este artigo, de natureza bibliográfica, interpretativa e qualitativa, analisa a presença e a configuração da memória – seja individual, seja coletiva – bem como a representação dos traumas e dos processos de perda e (re)encontro de identidade de ex-escravos afro-americanos e seus descendentes, retratados no romance Beloved (1987), de autoria da premiada romancista afro-americana Toni Morrison. A análise, ora proposta, debruça-se sobre o estudo das vozes das personagens, especialmente as principais, procedendo a uma associação dos referidos elementos – memória e identidade – às narrativas, de cunho testemunhal, que ligam o passado e o presente dessas personagens, bem como aos traumas vividos e relatados por elas, na sua busca por liberdade e autonomia, durante o período da Reconstrução; contexto do pós-Guerra Civil Americana. Para tanto, a nossa análise ancora-se em Estudos Culturais e Pós-Coloniais da Literatura, a exemplo de Caze (2015), Nickel (2009), Ribeiro (2017), Silva & Umbach (2013) e Viana (2008). Destaca-se, como principal resultado, a importância do lugar de fala na rememoração e reconto do passado, sobretudo da escravidão, para a melhor compreensão dos traumas e fatos históricos, bem como da própria humanidade.
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Referências
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