O papel e o simbolismo da água em Charles Perrault, Gustave Doré e Juana de Ibarbourou: literatura comparada no ensino de língua espanhola
DOI :
https://doi.org/10.5281/zenodo.14542477Résumé
Em várias histórias populares, vemos a água assumindo distintos papéis. Um exemplo notável é o papel da água no conto de fadas “As fadas”, de Charles Perrault, publicado em Contos da mamãe Gansa ou histórias do tempo antigo (1697). Essa obra ganhou uma belíssima edição espanhola, Cuentos de antaño (1986), que contém os desenhos de Gustave Doré. No desenho de “Las hadas”, repara-se a imagem de uma jovem mulher segurando um enorme cântaro sob a torneira de uma fonte natural de água que representa a dor e a pureza feminina. No século XX, a escritora e poetisa uruguaia Juana de Ibarbourou tematizou a água largamente em sua obra, como na prosa de El cántaro fresco (1920) e em “Tríptico”, série de 3 poemas de Dualismo (1953). Diante dessa evidente interdisciplinaridade em torno do elemento água nessas obras, nos perguntamos: como ler essa inspiração da água tanto no conto, ilustrado por Doré, quanto na prosa e na poesia de Ibarbourou? Como essa leitura comparada pode se dar no ensino da língua espanhola? Seguindo a ideia de literatura comparada como um “novo humanismo”, nos debruçamos sobre as relações entre Literatura e Imagem presentes nas obras desses 3 artistas, sem se perder de vista a significação original das obras e o importante papel da leitura e da beleza do olhar na formação do imaginário dos jovens aprendizes da língua espanhola em ambiente escolar brasileiro.
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