“PRECISAMOS LUTAR ATÉ O FIM”:

PRÁTICAS DE INSURGÊNCIA EVIDENCIADAS A PARTIR DO GÊNERO FOTODENÚNCIA

Autores

  • Natália Silva Universidade Federal de Alagoas
  • Flávia Meniconi Universidade Federal de Alagoas
Palavras-chave: Fotodenúncia. Letramento crítico. Decolonialidade.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de desenvolvimento da reflexão crítica dos participantes da pesquisa, baseadas em práticas de letramento crítico e
decolonialidade, por meio de oficinais didáticas com o gênero fotodenúncia. O corpus da pesquisa é composto por uma entrevista com a professora da turma, entrevistas com alguns alunos participantes e fragmentos de produções escritas, a partir dos registros fotográficos. Os dados foram coletados por meio da execução de oficinas didáticas com o referido gênero, em uma turma de 3o ano do Ensino Médio, de uma
escola pública localizada na cidade de Palmeira dos Índios – AL. Metodologicamente, este estudo segue os
caminhos da pesquisa de abordagem qualitativa e centra-se na teoria decolonial (WALSH, 2007; QUIJANO, 2000); no letramento crítico (MOREIRA JÚNIOR, 2020; DUBOC, 2012); e no ensino de Língua Portuguesa através dos gêneros textuais. Após a análise dos dados, verificamos que o trabalho com gênero fotodenúncia favoreceu a discussão frente às temáticas destacadas, pois contribuiu para uma postura crítica dos alunos. Destacamos, pois, a mudança de perspectiva, o sentimento de empatia, a busca por justiça social, o conhecimento dos direitos e deveres prescritos na Constituição Federal, dentre outros elementos que contribuem para uma prática transformadora.

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Publicado em

20 de dezembro de 2022

Como Citar

SILVA, N. .; MENICONI, F. . “PRECISAMOS LUTAR ATÉ O FIM”:: PRÁTICAS DE INSURGÊNCIA EVIDENCIADAS A PARTIR DO GÊNERO FOTODENÚNCIA. Revista Leia Escola, Campina Grande, v. 22, n. 3, p. 61–80, 2022. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/6331. Acesso em: 8 abr. 2025.

Seção

Dossiê