“PRECISAMOS LUTAR ATÉ O FIM”:
PRÁTICAS DE INSURGÊNCIA EVIDENCIADAS A PARTIR DO GÊNERO FOTODENÚNCIA
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de desenvolvimento da reflexão crítica dos participantes da pesquisa, baseadas em práticas de letramento crítico e
decolonialidade, por meio de oficinais didáticas com o gênero fotodenúncia. O corpus da pesquisa é composto por uma entrevista com a professora da turma, entrevistas com alguns alunos participantes e fragmentos de produções escritas, a partir dos registros fotográficos. Os dados foram coletados por meio da execução de oficinas didáticas com o referido gênero, em uma turma de 3o ano do Ensino Médio, de uma
escola pública localizada na cidade de Palmeira dos Índios – AL. Metodologicamente, este estudo segue os
caminhos da pesquisa de abordagem qualitativa e centra-se na teoria decolonial (WALSH, 2007; QUIJANO, 2000); no letramento crítico (MOREIRA JÚNIOR, 2020; DUBOC, 2012); e no ensino de Língua Portuguesa através dos gêneros textuais. Após a análise dos dados, verificamos que o trabalho com gênero fotodenúncia favoreceu a discussão frente às temáticas destacadas, pois contribuiu para uma postura crítica dos alunos. Destacamos, pois, a mudança de perspectiva, o sentimento de empatia, a busca por justiça social, o conhecimento dos direitos e deveres prescritos na Constituição Federal, dentre outros elementos que contribuem para uma prática transformadora.
Downloads
Referências
BALLESTRIN, L. América Latina e o giro decolonial. Revista brasileira de ciência política, v.11, 2013, p. 89-117.
BEZERRA, S. S. Reflexões sobre colonialidade de gênero e letramento crítico em aulas no ensino médio. Rev. Bras. Linguíst. Apl., v.19, n.4, 2019, p. 901-926
BRASIL. Constituição Federal. Brasília. Disponível em: Constituição Federal de 1988— Tribunal Superior Eleitoral (tse.jus.br), 1988.
DUBOC, A, P. M. Atitude curricular: letramentos críticos nas brechas na formação de professores de inglês. 246p. [Tese de doutorado]. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2012.
DUBOC, A. P. M. Atitude decolonial na universidade e na escola: por uma educação outra. MASTRELLA, A. M. R. (Org.)(De)colonialidade na relação escola-universidade para a formação de professoras(es) de línguas. São Paulo: Pontes, 2020, p. 237-264.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008.
KLEIMAN, A. Letramento e suas implicações para o ensino de língua materna. Signo. v.53, n.32, 2007, p. 1-25.
LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. Pesquisa pedagógica: do projeto à implementação. Rio de Janeiro: Artmed. 2011.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2010.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: Atividades de Retextualização. São Paulo: Cortez, 2007.
MIGNOLO, W. Desobediencia epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad y gramática de la descolonialidad. Ediciones del signo, 2010.
MIGNOLO, W. Os esplendores e as misérias da ̳ciência‘: Colonialidade, geopolítica do conhecimento e pluri-versalidade epistémica. SANTOS, B. S. (org.), Conhecimento prudente para uma vida decente: Um discurso sobre as ciências. Edições Afrontamento, 2003, p. 23-63.
MOITA LOPES, L. P. Linguística Aplicada como lugar de construir verdades contingentes: sexualidades, ética e política. Rio de Janeiro: Gragoatá, v.27, 2009, p. 33-5.
MOREIRA JÚNIOR, R. S. Por uma Pedagogia Decolonial no ensino de Língua Espanhola: uma experiência remota durante a pandemia da Covid-19. Revista Humanidades e Inovação, v.30, n.8, 2021.
OCAÑA, O. A., et al. Rumo a uma pedagogia colonial no/do Sul global. Revista X, [S.l.], v. 16, n. 1, 2021, pp. 118-147. ISSN 1980-0614. Disponível em:
<https://revistas.ufpr.br/revistax/article/view/78826>. Acesso em: 16 fev. 2022. doi:http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v16i1.78826.
OLIVEIRA, L. F. O que é uma educação decolonial. Nueva América, Buenos Aires, v.149, 2019, p. 35-39.
ORTIZ, A. Hacia una pedagogía decolonial en/desde el sur global. Revista nuestrAmérica. v.12, n.6, p. 195-222, 2018.
PIRATOBA, L.; LILIANA, M. Manifestaciones de las problemáticas sociales através del uso de la fotodenúncia. [Tese de doutorado], Corporacion universitária UNITEC, 2013.
QUEIROZ, A. S.; et al. Ensino de língua portuguesa: uma proposta de sequência didática baseada nos estudos decoloniais. Revista do GELNE, v.20, n.2, 2019, p. 127- 141.
QUIJANO, A. Colonialidad del poder y clasificación social. Journal of World Systems Research. v.2, 2000, p. 342-386.
RAMALHO, V.; RESENDE, V. Análise de Discurso (para a) Crítica: o texto como material de pesquisa. São Paulo: Pontes, 2011.
RIBEIRO, D. O que é lugar de fala?. Rio de Janeiro: Letramento, 2017. (Feminismos plurais).
ROJO, R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009.
SANTOS, B. S. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do sul. São Paulo: Autêntica, 2021.
MENICONI, F. C. O ensino da produção escrita para alunos iniciantes no aprendizado de língua espanhola: uma pesquisa-ação no curso de Letras. 261p. [Tese de doutorado em Letras e Linguística]. Faculdade de Letras, Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística, Universidade Federal de Alagoas, 2015.
STREET, B. Social literacies: critical approaches to literacy in development, ethnography and education. Longman, 1995.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1986, 108 p.
TILIO, R. (Re)interpretando e implementando criticamente a Pedagogia dos Multiletramentos. Revista Linguagem em Foco, v.13, n.2, 2021, p. 33-42.
VILAÇA, M. L. C.; ARAÚJO, E. V. F. Letramento crítico: compreender e lidar criticamente com as diversas práticas sociais contemporâneas. In: Anais do XXIII Congresso Nacional de Linguística e Filologia: Textos Completos. Cadernos do CNLF,
XXIII(3). CiFEFiL, 2019.
WALSH, C. Interculturalidad Crítica/Pedagogía decolonial. In: Memórias del Seminário Internacional: Diversidad, Interculturalidad y Construcción de Ciudad. Universidad Pedagógica Nacional, 2007, p. 17-19.
WALSH, C. Introducción. Lo Pedagógico Y Lo Decolonial: Entretejiendo caminhos. In: Pedagogías Decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re) existir y (re) vivir. Tomo I. Quito, Ecuador: Ediciones Abya-Yala, 2013. 553 p.
Downloads
Publicado em
Como Citar
Seção
Licença
© 2025 Revista Leia Escola

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.