SER MENINA E SER SELVAGEM
NOVAS PRODUÇÕES DE FEMINILIDADES NA LITERATURA INFANTIL
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13559140Resumo
Este estudo, situado no campo aplicado dos estudos da linguagem, pretende promover uma reflexão acerca da necessidade em se ampliar as representações de feminilidades em narrativas infantis, ao abrir espaço para a problematização e desconstrução dos estereótipos de gênero. Para isso, o objeto de análise deste artigo é o livro infantil Selvagem (2015), de Emily Hughes, que traz à baila a importância da visibilidade de representações femininas que contestam a repetição hegemônica de uma identidade pautada historicamente na ideia de domesticação da mulher. Ao traçar um paralelo entre o arquétipo da Mulher Selvagem (ESTÉS, 2014) e a menina protagonista do livro, é possível trazer à luz a potência de leituras literárias infantis na formação humana. Ancorada nos estudos culturais e feministas, em interface com os estudos sobre leitura literária, a análise dos dados demonstrou que, além de possível, é fundamental que personagens femininas rompam com segundo lugar na literatura dedicada ao público infantil e ampliem as possibilidades de produções de feminilidades.
Downloads
Referências
ADICHIE, C. N. Para educar crianças feministas: um manifesto. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
AGUIAR, V.T.; CECCANTINI, J.L.; MARTHA, A.A.P. (Orgs.). Heróis contra a parede: estudos de literatura infantil e juvenil. 1 ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.
AZEVEDO SILVEIRA, I. F. Pode a criança falar? Subalternização da infância e violação de direitos infantis. InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais, v. 9, p. 115-140, jul./dez. 2023.
BEAUVOIR, S de. O segundo sexo: fatos e mitos. 3.ed. Rio de Janeiro: Gallimard, 2016.
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de História. In: Obras Escolhidas. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Vol. I, 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
CESAR, A. C. Poética. 1. Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
DUMONT, L. M. M.; ESPÍRITO SANTO, P. Leitura feminina: motivação, contexto e conhecimento. Ciências & Cognição, v. 10, p. 28-37, mar. 2007.
ESTÉS, C.P. Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
FABRÍCIO, B. F. Linguística aplicada como espaço de “desaprendizagem”. Redescrições em curso. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma Linguística Aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2006a, pp. 45-65.
FREIRE, P. A importância do ato de ler. In: A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 51. ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 9-14.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 1. ed. digital. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
HALL, S. Quem precisa de identidade? In: SILVA T. T. (Org.). Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 103-133.
HALL, S. The work of representation. In: HALL, S. (Org.). Representation. Cultural representation and cultural signifying practices. London/Thousand Oaks/New Delhi: Sage/Open University, 1997, p. 13-74.
HARAWAY, D. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: HARAWAY, D.; KUNZRU, H.; TADEU, T. (Orgs). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009, p. 33-118.
hooks, b. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. 1. ed. São Paulo: Elefante, 2019.
hooks, b. Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática. 1. ed. digital. São Paulo: Elefante, 2020.
HUGHES, E. Selvagem. 1. ed. Rio de Janeiro: Pequena Zahar, 2015.
JOUVE, V. A leitura como retorno a si: sobre o interesse pedagógico das leituras subjetivas. In: ROUXEL, A.; LANGLADE G.; REZENDE, N. L. de (Orgs). Leitura subjetiva e ensino de literatura. 1. ed. São Paulo: Alameda, 2013, pp. 53-65.
JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. 1. ed. digital. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 1. ed. São Paulo: Ática, 1993.
LIVRO de Djamila Ribeiro é o mais vendido da Amazon brasileira em 2020. Estadão, São Paulo, 30 de dezembro de 2020. Literatura. Disponível em: https://www.estadao.com.br/cultura/literatura/livro-de-djamila-ribeiro-e-o-mais-vendido-da-amazon-brasileira-em-2020/. Acesso em 25 jan 2024.
LORDE, A. A transformação do silêncio em linguagem e em ação. In: LORDE, A. Irmã Outsider. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
MAZAURIC, C. Les moi volatils des guerres perdues: a leitura, construção ou desconstrução do sujeito? In: ROUXEL, A.; LANGLADE, G.; REZENDE, N. L. de (Orgs). Leitura subjetiva e ensino de literatura. 1 ed. São Paulo: Alameda, 2013, pp. 19-24.
MENDONÇA, C. T. À sombra do vaga-lume: análise e recepção da série Vaga-Lume. Curitiba, 2007. 305 f. Tese (Doutorado em Letras) Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes – Universidade Federal do Paraná.
MOITA LOPES, L. P. Uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma Linguística Aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2006, p. 13-43.
MORENO, M. Como se ensina a ser menina: o sexismo na escola. 1. ed. São Paulo: Moderna; Campinas: Editora da Unicamp, 1999.
PENNYCOOK, A. Uma Linguística Aplicada Transgressiva. In: MOITA LOPES, L.P. (Org.) Por uma Linguística Aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2006, pp. 67-84.
PLAN INTERNATIONAL. Realising every girl’s right to flourish: a review of progress on the 10th anniversary of the International Day of the Girl. 2022. Disponível em: https://plan.org.br/estudos/10-anos-do-dia-da-menina/. Acesso em 02 fev 2024.
REZENDE, N. L. de. Apresentação ao leitor brasileiro. In: ROUXEL, A.; LANGLADE, G.; REZENDE, N. L. de (Orgs). Leitura subjetiva e ensino de literatura. 1. ed. São Paulo: Alameda, 2013, pp. 19-24.
SILVA, T.T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA T. T. (Org.). Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 73-102.
TIBURI, M. Feminismo em comum: para todas, todes e todos. 16. ed. digital. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2023.
VARIKAS, E. Pensar o sexo e o gênero. 1. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2016.
ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. 1. ed. digital. São Paulo: Global, 2012.
Downloads
Publicado em
Como Citar
Seção
Licença
© 2024 Revista Leia Escola
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Dados de financiamento
-
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Números do Financiamento 88887.817355/2023-00;88887.497994/2020-00