“OBRIGADA POR NOS OUVIR”

A ESCUTA COMO INSTÂNCIA PRIVILEGIADA NOS/DOS PROCESSOS DE PLANEJAMENTO DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS DOCENTES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10446319
Palavras-chave: Docência, Formação continuada, Formação humana

Resumo

No Brasil, a formação continuada de docentes vem, ao longo dos anos, constituindo-se como um espaço de disputa. De um lado, temos as secretarias de educação das redes de ensino preocupadas em adquirir saberes técnicos, e cujo objetivo é de melhorar a qualidade do ensino através dos instrumentos de avaliação de larga escala e que demonstrem o alcance de metas estabelecidas a priori. De outro, profissionais em busca de atualização tendo em vista as demandas do mundo globalizado, em acelerada modificação, que se apresentam no cotidiano das salas de aula, por meio de indagações e de questionamentos de seus estudantes, cujas necessidades formativas são sempre inferiores às demandas da sociedade. No entanto, como aproximar interesses divergentes sem ouvir o que nossos docentes têm a relatar sobre suas necessidades formativas? É sobre a escuta docente realizada com 393 participantes, com o intuito de construir uma proposta de formação continuada para a rede estadual da Paraíba, que trata este artigo. Os gestos e as falas de gratidão inferiram algumas inquietações sobre os silenciamentos e os modos de conduzir a formação continuada de docentes, sobretudo o desafio de (re)construir o vigor humano do currículo numa perspectiva dialógica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABREU, N. R. de; BALDANZA, R. F.; GONDIM, S. M. G. Os grupos focais on-line: das reflexões conceituais à aplicação em ambiente virtual. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807- 17752009000100002&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 mar. 2022.

ALBINO, Ângela Cristina Alves. Currículo e autonomia docente: enunciações políticas. 1. ed. Curitiba: Appris, 2018.

BALL, Stephen J. Global Education Inc.: new policy networks and the neo-liberal imaginary. London: Routledge; New York: Taylor & Francis Group, 2014.

BARBOSA, J.A.G. A utilização do Grupo Focal como método de coleta dados em pesquisa qualitativa na saúde e na Enfermagem. Periódico Científico do Núcleo de Biociências, Belo Horizonte, v. 02, n. 03, p. 38-46, ago./set. 2012

BOLFARINE, H.; BUSSAB, W. O. Elementos de amostragem. São Paulo: Edgar Blücher, 2004. 274 p.

CONTRERAS, José. Autonomia dos docentes. São Paulo: Cortez, 2002.

ENGUITA FERNANDEZ, M. A ambiguidade da docência: entre o profissionalismo e a proletarização. Teoria & Educação, n.4, p. 41-61, 1991.

ESTEVE, J. M. Mudanças sociais e função docente. In: NÓVOA, A. (Org.). Profissão docente. Porto: Porto, 1995. p. 93-124.

GIROUX, H. A. Os docentes como intelectuais. Porto Alegre: Artes médicas. 1997, 270p

LEFEVRE, F.; LEFEVRE, A. M. C. O sujeito coletivo que fala o que fala. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.10, n.20, p.517-24, jul/dez 2006.

MOREIRA, Antônio Flavio (2001) "A recente produção científica sobre currículo e multiculturalismo no Brasil (1995-2000) " Revista Brasileira de Educação Set /Out/Nov /Dez n º18. ANPEd Campinas, SP: Editora Autores Associados.

MOREIRA, A. F. B. Formação de docentes e currículo: questões em debate. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 29, n. 110, p.35-50, jan./mar. 2020. https://doi.org/10.1590/S0104-40362020002802992 [ Links ]

OLIVEIRA, Márcia Betânia de. Regime de colaboração e formação docente: práticas discursivas na produção política ProBNCC/RN. Roteiro, [S. l.], v. 46, p. e23863, 2020. DOI: 10.18593/r.v46i.23863. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/23863.

OLIVEIRA, Marcia Betania de; DIAS, Rosanne Evangelista. REDES POLÍTICAS EM PROL DE “FAZER VALER A BNCC, NA PRÁTICA: a educação pública é de quem? Currículo sem Fronteiras, v. 22, e2181, 2022.

PARAÍBA. EDITAL Nº 35/2021 – SEECT/FAPESQ/PB Pesquisas científicas aplicadas à Educação Básica Pública na Paraíba. Acesso site: https://fapesq.rpp.br/editais/editais-abertos/edital-no-35-2021-2013-seect_fapesq_pb-pesquisas-cientificas-aplicadas-a-educacao-basica-publica-na-paraiba-retificado-em-2.pdf/view

PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores. São Paulo: Cortez, 1997.

PIMENTA, Selma Garrido. Docente reflexivo: construindo uma crítica. In: PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro (Orgs.). Docente reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2008.

_______. (org.) Saberes pedagógicos e atividade docente. Formação de docentes: identidade e saberes da docência. IN PIMENTA, Selma Garrido. Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 2007.

REY, F. Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

RODRIGUES, A. C. S; ALBINO, A. C. A; HONORATO, R. F. S. Disputas curriculares em torno da formação inicial e continuada no Brasil: anunciações políticas das entidades científicas. Currículo sem Fronteiras, v. 21, n. 3, p. 1486-1505, set./dez. 2021.

RODRIGUES, A. C. S.; SENA, A. K. C. A Base Nacional Comum Curricular: análise do contexto da prática a partir do ciclo de políticas de Stephen Ball. Anais, XXIV Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste - Reunião Científica Regional da ANPEd, 2018.

SAID, E. Humanismo e crítica democrática. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SCHATZKI, T. R.; KNOR-CETINA, K.; VON SAVIGNY, E. The Practice Turn in Contemporary Theory. London, New York: Routledge, 2001.

SENA, A. K. C; ALBINO, A. C. A.; RODRIGUES, A. C. S. REDES POLÍTICAS QUE INFLUENCIARAM A ELABORAÇÃO DA BNCC PARA O ENSINO MÉDIO: naturalização da filantropia e mercantilização do ensino público. Revista Espaço do Currículo, v. 14, n. 1, p. 1–15, 2021.

SILVA, P. M. Protagonismo humano-não-humano nas práticas pedagógicas. 2020. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Educação, Salvador, 2020. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32246.Acesso em: 13 mar. 2022.

SÜSSEKIND, Maria Luiza. A BNCC e o “novo” Ensino Médio: reformas arrogantes, indolentes e malévolas. Retratos da Escola, v. 13, n. 25, p. 91-107, 2019. DOI: https://doi.org/10.22420/rde.v13i25.980.

VASCONCELLOS-SILVA, P. R.; SAWADA, A. Análise de conteúdo de nuvens de palavras produzidas na comunidade virtual "hepatite c". In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA E ESTUDOS QUALITATIVOS, 5., 2018. Foz doIguaçu, 2018. Disponível em: https://sepq.org.br/eventos/vsipeq/documentos/53636490710/20. Acesso em: 20 mar. 2022.

VÁZQUEZ, A. S. Filosofia da práxis. Trad. Maria Encarnación Moya. 2a ed. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociles – Clacso: São Paulo: Expressão Popular, 2011.

Downloads

Publicado em

31 de dezembro de 2023

Como Citar

RODRIGUES , A. C. da S. .; ALBINO, Ângela C. A. .; SILVA , P. . “OBRIGADA POR NOS OUVIR”: A ESCUTA COMO INSTÂNCIA PRIVILEGIADA NOS/DOS PROCESSOS DE PLANEJAMENTO DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS DOCENTES. Revista Leia Escola, Campina Grande, v. 23, n. 2, p. 211–226, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.10446319. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2144. Acesso em: 22 dez. 2024.

Seção

Dossiê