CAPÍTULOS DA HISTÓRIA DO ECLETISMO NA ARQUITETURA GARANHUENSE
O PALÁCIO EPISCOPAL (1884)
Resumo
O ecletismo na arquitetura brasileira é uma tendência construtiva indicativa do processo de transição entre a mão de obra escrava para a remunerada e livre; do regime imperial para o republicano e da aristocracia rural se associando à burguesia urbana. Neste sentido, observar o advento do ecletismo numa cidade como Garanhuns/PE é estudar seus movimentos econômicos, políticos e sociais. Para o presente estudo, Palácio Episcopal é o objeto; moradia dos Bispos Católicos que passaram pela cidade desde que ela se tornou Diocese em 1918. Sua construção é do ano de 1884, e tinha como objetivo abrigar o engenheiro responsável pelas obras de ampliação do ramal ferroviário que articulava o interior da então província de Pernambuco com as cidades portuárias. Por ter sido edificado num período de transição entre o regime escravista e a abolição da escravidão (Lei Áurea, 1888) é possível que tenha sido construído ainda com a utilização da mão de obra escrava. Hipótese que abre uma senda no paradigma de que o ecletismo na arquitetura brasileira tenha sido produzido indiferente à escravidão.
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Referências
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