AS INFLUÊNCIAS ACADÊMICAS NA FORMAÇÃO DA ARQUITETA VERA PIRES
Resumo
A entrevista desse número foi realizada com a arquiteta paraibana, Vera Pires Viana, nascida em 1947, na cidade de Sousa, Paraíba, graduada em 1971, pela Universidade Federal de Pernambuco/UFPE. Descendente de uma família de fazendeiros admite ter vivências (Veloso, 2021, p.183), que lhe marcam até hoje, tais como:
...a permanência e o convívio social nas varandas, os espaços amplos e arejados, a convivência com os moradores, o contato com a natureza, as casinhas com pessoas nas varandas no caminho da fazenda, o valor da ventilação cruzada, a mesa farta com produtos da terra, assombradas árvores, o barulho da chuva nos telhados e o cheiro da terra molhada (Pires, V. em Veloso, 2021, p.183).
Nossa conversa enfocou as influências sofridas em sua formação acadêmica e profissional, como egressa do curso de arquitetura e urbanismo, da UFPE, nos anos 70, onde foi aluna de arquitetos e professores que a influenciaram em sua trajetória como profissional liberal e sempre, muito atuante no mercado, desde a década de 70, até os dias atuais.
Como estudante, estagiou no Escritório Borsoi Arquitetos Associados, tornando-se arquiteta colaboradora entre os anos de 1975 e 1979. Ali, trabalhou diretamente ligada à equipe de Janete Costa, juntamente com as arquitetas Carmen Mayrinck (Recife-PE, 1947), Clara Calábria (Catende- PE, 1944–) e Liza Stacishin (Recife-PE, 1946–), que paralelamente ao trabalho desenvolvido junto ao casal Acácio Gil Borsoi e Janete, decidiram em 1972, criarem o Escritório Arquitetura 4, que funcionou até o ano de 1997.
O Arquitetura 4 foi o primeiro escritório de Pernambuco formado exclusivamente por mulheres, com ampla produção reconhecida durante seus 25 anos de existência, abarcando desde arquitetura residencial (mais de uma centena de projetos e obras de casas construídas em vários Estados do Brasil), até edifícios residenciais, hotéis, hospitais, agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal construídas em diversas cidades do Nordeste, e o edifício sede da Caixa Econômica Federal em Recife (atual Tribunal de Justiça Federal) (Veloso, 2021, p.180).
Sobre a trajetória da arquiteta Vera Pires, a arquiteta Marília Brito Muniz realizou dois trabalhos de importância, seu trabalho de conclusão de curso (Muniz, 2009), e sua dissertação de mestrado Muniz, (2012), que poderão ser consultados por aqueles que desejarem se aprofundar na obra de Vera.
Em pesquisa sobre o trabalho de arquitetas nordestinas, a professora Maisa Veloso realizou uma entrevista com Vera Pires (Veloso, 2021) sobre sua produção arquitetônica, sendo uma importante referência bibliográfica sobre o tema, além também, de um artigo publicado por Naslavsky et al (2021) que teve com o objetivo, investigar, sob a perspectiva de gênero, as estratégias de fixação no mercado de trabalho das arquitetas formadas no Curso de Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Recife (FAUR) nos anos 70, integrantes de dois escritórios de arquitetura distintos o ArqGrupo e o Arquitetura 4.
Vera Pires, segundo seu currículo (Pires, 2024), foi sócia titular do Escritório Arquitetura 4 entre 1972 e 1997; Arquiteta colaboradora do Escritório Borsoi Arquitetos Associados entre 1975 e 1979, e a partir de 1998, sócia titular do Escritório Vera Pires Roberto e Ghione Arquitetos Associados/ VPRG.
Possui obras publicadas e entrevistas em meios nacionais e internacionais, sendo algumas premiadas em eventos nacionais e internacionais. Como produção do escritório Arquitetura 4, destaca-se o Prêmio UIA do concurso internacional das pessoas sem teto, Brighton, UK, 1988. Como VPRG, destaque para Prêmios IAB PB 2009, 2013 – Prêmios IAB PE 2
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