BIBLIOTECA CENTRAL FERNANDO DE CASTRO MORAES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Autores

  • Matheus Simões Mestre e doutorando em desenvolvimento urbano, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.35572/arql.v3i11.6494

Palavras-chave:

biblioteca, brutalismo, arquitetura universitária

Resumo

A Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) reúne o maior acervo bibliográfico da instituição, o edifício foi projetado pelo arquiteto, professor e pesquisador José Galbinski (1933-2023) e construído no final da década de 1970, sendo inaugurado em 1982. Este projeto é emblemático pela trajetória de Galbinski na construção de edifícios públicos universitários, como o Restaurante Universitário (RU) da UnB. Além da biblioteca da UFES, o arquiteto projetou a biblioteca central da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Essas três bibliotecas trazem em comum a imponência comum do estilo brutalista, com ênfase no concreto aparente, estrutura exposta e grandes dimensões. Tratando-se mais especificamente da obra objeto deste ensaio, a biblioteca central da UFES se insere no centro do campus de Goiabeiras, em uma colina que sobressalta a edificação dentre as demais do entorno. As quatro décadas desde a sua inauguração permitiram o crescimento das vegetações no entorno da biblioteca, e em determinados ângulos do campus, a densa copa das árvores tomam a visibilidade da fachada da biblioteca. Quanto aos ambientes internos, o edifício apresenta dois auditórios, salas administrativas, de informática, de estudo individual e coletivo, bem como espaços amplos que abrigam o acervo e exposições artísticas. Um detalhe importante dessa obra são as esquadrias em alumínio, que proporcionam uma interessante relação de transparência interior-exterior, gerando iluminação natural aos ambientes internos e ritmo na composição da fachada. Apesar de estar rodeada por vegetações densas, a transparência gerada pelas esquadrias faz também a iluminação artificial interna do edifício o destacar no período noturno. Dentre as bibliotecas projetadas pro Galbinski, percebeu-se um diálogo maior entre a biblioteca central da UFES e da UFPB, ambas as edificações apresentam elementos em comum que não foram utilizados na UnB, como os brises-soleil de concreto entre as esquadrias, as venezianas de vidro e as marquises vazadas que rodeiam a edificação. Esses dois projetos também possuem maior horizontalidade e possuem menor impacto visual do que a biblioteca da UnB, cujos grandes brises verticais e a marquise curva trazem maior imponência ao edifício. Quanto ao aspecto da conservação, considera-se que a obra está bem conservada, ainda que algumas sujidades ressaltem as marcas do tempo sob o concreto aparente e sucessivas reformas que ocorreram na edificação desde a sua inauguração. Existem elementos parasitários como condensadores de ar-condicionado, mas que, no entanto, não pareceram prejudicar demasiadamente a estética da edificação, visto que a vedação quase que completamente em vidro impossibilita a sua fixação nas paredes. Na visita realizada no dia 5 de maio de 2025, percebeu-se que a biblioteca goza de intenso fluxo de estudantes e que é um espaço que pulsa vida na UFES.

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Publicado

28-09-2025

Como Citar

SIMÕES, Matheus. BIBLIOTECA CENTRAL FERNANDO DE CASTRO MORAES: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Revista Arquitetura e Lugar, Campina Grande, v. 3, n. 11, p. 119–130, 2025. DOI: 10.35572/arql.v3i11.6494. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/6494. Acesso em: 5 dez. 2025.

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