EMOÇÕES E TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DE UM PROFESSOR EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CONTEXTO DA DESINFORMAÇÃO DIGITAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35572/rle.v25i2.6543

Palavras-chave:

Formação inicial, Pós-pandemia., Emoção., Desinformação., Tecnologias digitais.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar as implicações do uso de tecnologias digitais na formação inicial de professores de língua inglesa, em um contexto marcado pela desinformação. O estudo ancora-se no conceito de desinformação (Wardle; Derakhshan, 2019), articulado aos pressupostos da Biologia do Conhecer (Maturana, 2002; Aragão, 2007, 2023) e a modelos reflexivos de formação docente em línguas (Aragão, 2022, 2023). Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa baseada na Pesquisa Narrativa, com análise de conteúdo (Aragão, 2007). Os dados foram gerados por meio de protocolos de narrativa multimodal, tecnobiografia, diário oral reflexivo e autoavaliação. Os resultados revelam que as emoções do professor em formação como medo, apreensão e nervosismo estão diretamente relacionadas à falta de preparo para lidar com as tecnologias digitais e aos desafios impostos pela desinformação. A aplicação dos protocolos sistêmicos de narrativas permitiu ao professor vivenciar, de forma inédita, processos de reflexão sobre sua identidade docente e o uso crítico das tecnologias digitais em sua prática. O estudo destaca a urgência de políticas públicas que integrem as tecnologias digitais à formação docente, bem como a importância de abordagens reflexivo críticas emocionais para preparar professores para lidar com os desafios da docência contemporânea.

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Biografia do Autor

Edielle Santos Moura, Universidade Estadual de Santa Cruz

Doutoranda e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagens e Representações (PPGL/UESC), com graduação em Letras com Habilitação em Português/Inglês e suas respectivas Literaturas pela mesma instituição. Na UESC, atua como pesquisadora no projeto "Desinformação e Emoção na Proibição de Smartphones em Escolas: Educação Crítica Desafiada na Pós-Verdade" e no grupo de pesquisa FORTE (Formação, Tecnologias e Emoções). Atua ainda como colaboradora do programa de extensão Formação de Professoras/es de Línguas (FORPROLI): emoções, colonialidades e ensino/aprendizagem de línguas e dos projetos de extensão/curso "Letramento emocional e formação de professoras/es de línguas" da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Tem desenvolvido estudos sobre a relação entre formação de professoras/es, emoções, desinformação e tecnologias digitais (IA) na área de Linguística Aplicada.

Rodrigo Camargo Aragão, Universidade Estadual de Santa Cruz

Professor Titular do Departamento de Letras e Artes da UESC e pesquisador do CNPq. Docente no Programa de Pós-Graduação em Letras e no PROFLETRAS. Concluiu doutorado em Estudos Linguísticos com estágio na Universidade de Sevilha sob a supervisão de Jane Arnold. Desenvolveu pesquisa de pós-doutorado na UFMG/CNPq. Em 2019 foi professor visitante no Departamento de Linguística Aplicada da Universidade de Jyväskylä na Finlândia. Entre 2011 e 2013, coordenou a Diretoria de EAD do Estado da Bahia no Instituto Anísio Teixeira. Coordenou o GT de Linguagem e Tecnologias da ANPOLL onde é pesquisador desde 2010.É membro da Associação de Linguística Aplicada do Brasil desde 2001. Coordena o grupo de pesquisa FORTE que pesquisa experiências de educação linguística à luz de inter-relações entre emoção, linguagem, tecnologia e cultura. 

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Publicado

18-11-2025

Como Citar

SANTOS MOURA, Edielle; CAMARGO ARAGÃO, Rodrigo. EMOÇÕES E TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DE UM PROFESSOR EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CONTEXTO DA DESINFORMAÇÃO DIGITAL. Revista Leia Escola, Campina Grande, v. 25, n. 2, p. 116–130, 2025. DOI: 10.35572/rle.v25i2.6543. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/6543. Acesso em: 5 dez. 2025.

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