SOB OS ESCOMBROS DA HISTÓRIA, O ATO DE NARRAR:
FORMULAÇÕES ESTÉTICAS E PERFORMÁTICAS EM ENTRE AS MEMÓRIAS SILENCIADAS
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17272804Palabras clave:
história, ato de narrar, formulações estéticas e performáticas, reeducação, MoçambiqueResumen
RESUMO:
A revisitação dos fatos históricos por uma perspectiva crítica é uma estratégia de leitura das obras literárias adotada pelos estudos pós-coloniais. Nesse sentido, o presente estudo envereda pelas tramas das narrativas ficcionais moçambicanas, elegendo como obra norteadora Entre as memórias silenciadas (2013), de Ungulani Ba Ka Khosa, por recontar, de forma ficcional, um dos contextos mais controversos da história da nação: os campos de reeducação. A principal finalidade desses apontamentos é discutir dois aspectos que ganham materialização e significado na teia narrativa khoseana: a reescrita da história e o poder atribuído ao ato de narrar. O estudo analítico da obra em questão faz-nos pensar na potência que a linguagem das produções ficcionais moçambicanas ganha ao se revestir de formulações estéticas e performáticas como recursos enunciativos ao narrar o trauma da reeducação vivenciado por todos aqueles que discordavam do regime político vigente no pós-independência. Assim sendo, nosso estudo convoca as memórias controversas da reeducação, por meio da dicção narrativa ficcional como forma de vasculhar os escombros da história tida como oficial, tendo nas versões e perspectivas alternativas, silenciadas pelo poder vigente, como estratégias estéticas do texto literário.
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