TRABALHO DIDÁTICO COM TEXTO LITERÁRIO E VISIBILIDADE AFRO-LATINA NAS AULAS DE E/LE
REFLEXÕES SOBRE NOSSA EXPERIÊNCIA NO IFRJ
Abstract
O ensino de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE) ministrado na esfera da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) é particularmente atravessado por visões restritas acerca de suas finalidades. Somado a isso, temos uma educação fortemente marcada pelo racismo epistêmico e pela naturalização das vozes dominantes. No presente artigo, tomaremos como base uma atividade desenvolvida com turmas de 1º ano do Ensino Médio Integrado do IFRJ, a fim de pensarmos os desafios enfrentados na busca por uma formação humana integral, comprometida com a visibilidade de identidades historicamente secundarizadas. Esta atividade tem como cerne o texto literário e a predominância de mulheres afro-latinas, o que nos levará a questionar, sobretudo, dois (não) lugares: o da literatura nas aulas de língua espanhola e o das produções de autoria negra. Situando mulheres negras como sujeitos do conhecimento, refletiremos sobre aprendizagem antirracista de E/LE e seus impactos na formação crítica e afirmativa dos estudantes.
Downloads
References
ALEIXO, I. O que a autobiografia de Angela Davis nos ensina sobre racismo epistêmico no Brasil? Portal Geledés, 2019. Disponível em: https://www.geledes.org.br/ Acesso em: 29 mar. 2020
BRASIL. Diretrizes Curriculares nacionais para Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e de Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: MEC, 2004.
___________. Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003. D.O.U. de 10 de janeiro de 2003.
___________. Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasil: MEC, 2006.
___________. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental. Língua Estrangeira. Brasília: MEC, 1998.
BRASIL, M. Superar as diferenças para encontrar-se no outro. Anuario brasileño de estudios hispánicos. Madrid: Embajada de España en Brasil, n. 1 p. 19-24 abr. 2007.
CRUZ, V. S. Me gritaron negra. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cHr8DTNRZdg Acesso em: 30 mar. 2020
___________. “Black and Woman”: entrevista com Victoria Santa Cruz realizada pela Odin Teatre. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=p6Frs9rDWx8>. Acesso em: 29 mar. 2020.
FERRREIRA, R. A. A importância de Victoria Santa Cruz na construção da identidade da mulher negra. Jornal da USP/ Rádio USP, 2016. Disponível em: https://jornal.usp.br/ Acesso em: 10 de abr. 2020.
FUNDAÇÃO PALMARES. Diáspora africana, você sabe o que é? Disponível em: http://www.palmares.gov.br/?p=53464 Acesso em: 30 mar. 2020.
GOMES, M. V. “Desaparecimento artificial”: entrevista com Miriam Victoria Gomes. In: MORAES, M. Estrangeiros no próprio país: a história dos afro-argentinos. Portal Geledés. 2015. Disponível em: https://www.geledes.org.br/ Acesso em: 29 mar. 2020.
GOMES, N. L. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. 1ª ed. Petrópolis: Vozes, 2017.
hooks, b. Olhares Negros: raça e representação. Trad. Stephanie Borges. 1ª ed. São Paulo: Elefantes, 2019.
JOZEF, B. Brasil e América Latina: práticas culturais e considerações sobre o ensino de espanhol. Anuario brasileño de estudios hispánicos. Madrid: Embajada de España en Brasil, n. 1 p. 11-18 abr. 2007.
KILOMBA, G. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Trad. Jess Oliveira. 1ª ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
MORAES, M. Estrangeiros no próprio país: a história dos afro-argentinos. Portal Geledés. 2015. Disponível em: https://www.geledes.org.br/ Acesso em: 29 mar. 2020
MARTINS, V. Gritaram-me negra: a vida e a arte de Victoria Santa Cruz. Jornal Alma Preta Online, 2017. Disponível em: https://www.almapreta.com/ Acesso em 29 abr. 2020.
PARAQUETT, M. Prefácio. In: ZOLIN-VESZ, F. (org.). A (In)visibilidade da América Latina na formação do professor de espanhol. Campinas: Pontes Editores, 2013, p. 9-12.
RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? 1ª ed. Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017.
SANTOS, A. C. El texto literario y sus funciones en la clase de E/LE: de la teoría a la práctica. Anuario brasileño de estudios hispánicos. Madrid: Embajada de España en Brasil, n. 1 p. 33-46 abr. 2007.
SANTOS, M. C. Políticas do corpo na prosa de Cristiane Sobral. In: ___________. Intelectuais Negras: prosa negro-brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Malê, 2018, p. 159-225.
___________ . A Literatura enquanto espaço de luta. In: SANTOS, M. C. Intelectuais Negras: prosa negro-brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Malê, 2018, p. 227-234.
SHIROMA, E.; LIMA FILHO, D. L. Trabalho docente na Educação Profissional e Tecnológica e no Proeja. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 32, n. 116, p. 725-743, jul-set. 2011.
SOBRAL, C. “Quem não se afirma não existe”: entrevista com Cristiane Sobral. In: FREDERICO, G; MOLLO, L. T.; DUTRA, P. Q. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea. Brasília, n. 51, maio/ago. 2017, p. 254-258.
Downloads
Published
How to Cite
Section
License
Copyright (c) 2024 Revista Leia Escola
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.