RESSIGNIFICAÇÃO DE PRÁTICAS ANTIRRACISTAS DE UMA PROFESSORA DE LÍNGUA INGLESA

DIÁLOGOS ENTRE ESCOLA E UNIVERSIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10529382
Palavras-chave: Língua Inglesa, Educação Antirracista, Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa, Letramento Racial Crítico, Formação de Professores

Resumo

Este estudo segue o paradigma qualitativo de pesquisa de modalidade pesquisa-ação colaborativa (PIMENTA, 2005). Ancorado nas pesquisas em Linguística Aplicada, este artigo pretende compreender de que forma uma professora de Língua Inglesa (LI) em serviço (des)constrói conhecimento docente sobre Educação Antirracista a partir do planejamento e regência de práticas de Letramento Racial Crítico (FERREIRA, 2012; 2014). O corpus é constituído por notas de campo e uma narrativa escrita. Os participantes são uma professora da rede pública de ensino de Minas Gerais e três turmas do Ensino Médio.  Os dizeres da professora apontam para a (des)construção de conhecimento docente sobre a importância da contextualização sócio-histórica de práticas antirracistas nas aulas de LI e do uso de vocabulário específico da luta antirracista nessas aulas. A investigação sugere a pesquisa-ação colaborativa como uma importante metodologia para formação antirracista de professores em serviço já que permite diálogos intensos e colaborativos entre a escola e a universidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vanderlice dos Santos Andrade Sól, Universidade Federal de Ouro Preto

Docente da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referências

ANGELOU, M. I know why the caged bird sings. London: Penguin Readers, 2000.

BORELLI, J. D. V. P. Linguística Aplicada e formação de professores: convergências da atuação crítica. In: BORELLI, J. D. V. P. Reflexão e crítica na formação de professores de língua estrangeira. Goiânia: Editora UFG, 2011. p. 15-30.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Federal nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília, DF: MEC, 2003.

FANINI, A. M. R.; AMARAL, J. S.; SANDRINI, P. H. C. Maya Angelou: biografia e crônica social em Eu sei por que o pássaro canta na gaiola. Criação & Crítica, n. 27, p. 163-181, nov. 2020.

FERREIRA, A. J. Educação antirracista e práticas em sala de aula: uma questão de formação de professores. Educação Pública, v. 21, n. 46, p. 227-288, 2012.

FERREIRA, A. J. Teoria racial crítica e letramento racial crítico: narrativas e contranarrativas de identidade racial de professores de línguas. Revista da ABPN, v. 6, n. 14, p. 236-263, 2014.

FERREIRA, A. J. Narrativas autobiográficas de professoras/es de línguas na Universidade: Letramento Racial Crítico e Teoria Racial Crítica. In: FERREIRA, A. J. (org.). Narrativas autobiográficas de identidades sociais de raça, gênero, sexualidade e classe em estudos da linguagem. Campinas: Pontes, 2015. p. 127-160.

GOMES, N. L.. Educação e Identidade Negra. Aletria, p. 38-47, 2002. Disponível em: https://bit.ly/3H6uc55. Acesso em: 16 fev. 2022.

GONZAGA, M.C.F. I know why the caged bird sings: Letramento Racial Crítico e a (des)construção identitária de estudantes negros brasileiros, 2022. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) – Universidade Federal de Ouro Preto, 2022.

LEITE, Y. U. F. Pesquisa-ação como espaço de formação de professores: análise de uma experiência vivida. In: PIMENTA, S. G.; FRANCO, M. A. S. (org.). Pesquisa em educação: possibilidades investigativas/formativas da pesquisa-ação. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014. p. 95-112.

LOURENÇO, D. S. Letramento Literário e (a ausência de) políticas públicas nacionais e estaduais para o ensino de literaturas em Língua Inglesa. In: JORDÂO, M. (org.). Letramentos e multiletramentos no ensino de línguas e literaturas. Revista X, v. 1, p. 48-57, 2011.

MATEUS, E. Torres de babel e línguas de fogo: um pouco sobre pesquisa na formação de professores de inglês. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 9, n. 1, p. 307-328, 2009.

MUNANGA, K. Negritude: usos e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.

NASCIMENTO, A. O genocídio do negro brasileiro. São Paulo: Perspectivas, 2016.

OLIVEIRA, C. L. Um apanhado teórico-conceitual sobre a pesquisa qualitativa: tipos, técnicas e características. Travessias – Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagens e Arte, v. 2, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3VTvV6F. Acesso em: 12 ago. 2019.

ORLANDI, E. Recortar ou segmentar? In: ORLANDI, E. Linguística: questões e controvérsias. Uberaba: Faculdades Integradas de Uberaba, 1984. p. 9-26. (Série Estudos)

ORLANDI, E. P. Identidade linguística escolar. In: SIGNORINI, I. (org.). Língua(gem) e identidade. Campinas: Mercado das Letras; São Paulo: Fapesp, 1998. p. 203-212.

PIMENTA, S. G. Pesquisa-ação crítico-colaborativa: construindo seu significado a partir de experiências com a formação. Educação e Pesquisa, v. 31, n. 3, p. 521-539, 2005.

PENNINGTON, M. C.; RICHARDS, J. C. Teacher identity in language teaching: integrating personal, contextual, and professional factors. RELC Journal, v. 47, n. 1, p. 5-23, 2016.

SALES JR. R. Democracia racial: o não-dito racista. Tempo Social, v. 18, n. 2, p. 228-258, 2006.

SANTOS, J. S. Formação de professores de Inglês para abordagem de questões étnico-raciais: práticas planejadas e práticas manifestas. Trab. Ling. Aplic., n. 60, p. 43-57, jan./abr. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3h2BLz1. Acesso em: 16 fev. 2022.

SANTOS, C. G.; SANTOS, J. R. O; El KADRI, M. S. Letramento racial crítico na construção da educação antirracista nas aulas de língua inglesa na Educação Básica. Entretextos, v. 21, n. 2, p. 153-172, 2021. Disponível em: https://bit.ly/36vuINv. Acesso em: 16 fev. 2022.

SILVA, W. R. Empoderamento de participantes de pesquisa em Linguística Aplicada. Raído, v. 4, p. 119-139, 2010.

SILVA, W. S.; MARQUES, E. P. S. Educação e relações étnico-raciais: a Lei 10.639/03, a formação docente e o espaço escolar. Dossiê: A Educação e a Tolerância na Diversidade Cultural, v. 33, n. 2, p. 47-56, 2015.

SÓL, V. S. A. Trajetórias de professores de inglês egressos de um projeto de educação continuada: identidades em (des)construção. 2014. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.

SÓL, V. S. A. Impactos da educação continuada na constituição identitária de professores de inglês: mo(vi)mentos no tempo. Revista de Educação e Letras, v. 22, n. 52, 2020a, p. 1-23. Disponível em: https://bit.ly/3MfepGX. Acesso em: 15 abr. 2023.

SÓL, V. S. A. Responsabilidade e (re)invenção no ensino e na aprendizagem de inglês: formação de professores em tempos incertos. Caletroscópio, v. 8, n. 2, 2020b, p. 216-234. Disponível em: https://bit.ly/3LSE5qM. Acesso em: 2 fev. 2020.

TELLES, J. A. “É pesquisa é? Ah não quero não, bem!” Sobre a pesquisa acadêmica e sua relação com a prática do professor de línguas. Linguagem & Ensino, v. 5, n. 2, p. 91-116, 2002.

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

ZANCOPÉ, T.; EL KADRI, M. S. Affordances do protótipo “Teaching English to Teachers”: contribuições da perspectiva da justiça social, da educação antirracista e do webcurrículo para as aulas de inglês na formação de professores de línguas. Ilha do Desterro, v. 74, n. 3, p. 463-491, 2021.

Downloads

Publicado em

18 de janeiro de 2024

Como Citar

GONZAGA, M. C. F.; SÓL, V. dos S. A. RESSIGNIFICAÇÃO DE PRÁTICAS ANTIRRACISTAS DE UMA PROFESSORA DE LÍNGUA INGLESA: DIÁLOGOS ENTRE ESCOLA E UNIVERSIDADE. Revista Leia Escola, Campina Grande, v. 23, n. 5, p. 19–36, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.10529382. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/744. Acesso em: 22 dez. 2024.

Seção

Fluxo contínuo