O LIVRO-ÁLBUM DE AUTORIA FEMININA EM PORTUGAL

DO PIONEIRISMO DE MANUELA BACELAR À INOVAÇÃO DE CATARINA SOBRAL

Resumo

Pretende-se, neste ensaio, refletir sobre algumas das atuais tendências da criação de livros-álbum de autoria feminina em Portugal, destacando, por um lado, o pioneirismo de Manuela Bacelar, artista plástica incontornável na conformação deste género na edição portuguesa para a infância – principalmente, no que à sua atividade de autora única diz respeito – e, por outro, o contributo de uma nova geração de mulheres escritoras e/ou ilustradoras que, mais recentemente, se arriscaram na sua conceção, com destaque para o trabalho artístico de Catarina Sobral. Não esquecendo alguns dos nomes mais relevantes de tempos recentes, cuja produção, nas últimas décadas do século XX, teve um impacto assinalável na renovação da Literatura InfantoJuvenil nacional e do livro-álbum, em particular, descrevem-se algumas das tendências dominantes das obras destas duas criadoras, ligadas ora à tematização do estatuto, no feminino, do ilustrador (no caso da primeira), ora à definição de um estilo marcadamente pessoal (no caso da segunda) revelador de uma poética inovadora, sublinha-se o relevo de duas criações modelares e coesas, estreitamente articuladas com os desenvolvimentos pós-modernos do livro-álbum, funcionando como exemplos singulares de originalidade, experimentalismo e qualidade de duas gerações distintas porém, simultaneamente, muito chegadas.