Concepção de um curso de francês baseado nos direitos linguísticos: formação de profissionais conscientes e engajados
DOI :
https://doi.org/10.5281/zenodo.8072441Résumé
Este artigo se organiza em três partes: primeiramente, um panorama dos documentos de orientação que regulamentam os
direitos linguísticos especificamente na Europa e no Brasil; em segundo lugar, a apresentação do programa de um curso de
francês cujo fio condutor é “os direitos às (suas) línguas”, ministrado para um público universitário do Brasil; por fim, analisar
esse programa, para indicar quais são suas contribuições para a formação dos estudantes. Seu objetivo é, assim, apontar em
que esta concepção da disciplina pode contribuir para a promoção dos valores do plurilinguismo, no que tange aos direitos às
línguas e às políticas linguísticas em prol da salvaguarda e da proteção das línguas do mundo. As bases teóricas da disciplina
foram discutidas pelo grupo de estudantes e seguidas de seis palestras proferidas por convidados externos, vindos de
horizontes geográficos e linguísticos muito diversificados, que falaram sobre diferentes situações linguísticas complexas que
viveram e, principalmente, a violação dos direitos linguísticos em diferentes contextos sociais: escola, administração, serviços
públicos, mídias, outros espaços de interações informais entre falantes, entre outros. Os resultados indicam que o contato com
a legislação, com artigos científicos e a interação com indivíduos que viveram experiências linguísticas diversificadas contribui
para a formação dos estudantes, em diferentes âmbitos: pessoal, cultural, profissional, científico e linguístico. O objetivo e a
esperança é que, a partir dessa experiência formativa, esses estudantes serão, no futuro, profissionais conscientes e engajados
na divulgação e na promoção dos direitos linguísticos, da diversidade linguística e dos valores do plurilinguismo
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