O Nheengatu, entre a vida e a morte: a tradução literária como possível instrumento de sua revitalização lexical
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v6i2.768
O nheengatu, desenvolvimento histórico da língua geral amazônica colonial, é ainda falado por cerca de 6000 pessoas na Amazônia, tendo grande importância histórica por ter sido a língua mais usada naquela região da América do Sul, tanto no Brasil como na Colômbia e na Venezuela. Com o Ciclo da Borracha, entre as décadas de 1870 e 1910, o nheengatu cedeu sua primazia ao português, dadas as migrações de nordestinos que buscavam trabalho nos seringais da região. Na época em que entrava em decadência, a língua foi dotada de gramática, dicionário e literatura, o que constitui um rico repositório de informações linguísticas para atuais tentativas de sua revitalização. Uma dessas tentativas tem sido a tradução literária, levada a cabo por pós-graduandos do Programa de Estudos da Tradução da Universidade de São Paulo. Tal iniciativa pode ajudar a revitalizar o léxico do nheengatu, impedindo o uso excessivo de vocábulos portugueses, fator de enfraquecimento daquela língua amazônica.
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