O TEU SOTAQUE É BONITO OU FEIO? UM ESTUDO SOBRE CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DO IFMS DE NOVA ANDRADINA/MS

Autores

  • Márcio Palácios de Carvalho Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul - IFMS
  • Patrícia Graciela da Rocha UFMS/Campo Grande
Palavras-chave: Crenças e Atitudes Linguísticas. Ensino Médio. Sotaque.

Resumo

Neste estudo objetivamos verificar como falantes do português brasileiro – alunos do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS) campus Nova Andradina – se reconhecem linguisticamente e como eles avaliam e percebem a sua fala e a fala do outro. A metodologia de coleta de dados consistiu na participação de 72 estudantes e aplicação de um questionário de percepção e atitude linguística cujos resultados foram analisados sob escopo teórico e metodológico da Sociolinguística Laboviana. Os resultados revelaram que para a maioria dos alunos a língua falada na cidade é neutra, que não há sotaque e que em regiões como o nordeste é onde se fala um português menos bonito. Tais julgamentos em relação à própria língua falada e a forma de expressão do outro podem fazer com que o aluno passe a
menosprezar a sua forma de falar e a das pessoas do seu convívio. Esses dados revelam a necessidade de repensar como a língua materna está sendo ensinada na localidade investigada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BAGNO, M. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

_______. Preconceito Linguístico. 56a ed. Revista e ampliada. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de Michel Lahud et. al. São Paulo: Hucitec, 1981.

BELINE, R. A variação linguística. In: FIORIN, J. L.(Org.). Introdução à Linguística I: objetos teóricos. 6. ed., 6a reimpressão. São Paulo: Contexto, 2018.

BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio: linguagens, Códigos e sua Tecnologias. Brasília: SEC/ SEF, 2000. 120 p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf>. Acesso em: 04 ago. 2018.

BUENO, E. S. S.; SILVA, R. V. da . Contribuições da pesquisa sociolinguística ao ensino de língua portuguesa no Brasil. In: II SIELP - Simpósio Internacional de Ensino de Língua Portuguesa. Uberlândia. Anais do SIELP. Uberlândia: EDUFU, 2012. v. 2. p. 250-268. Disponível em <http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/wp-content/uploads/2014/07/volume_2_artigo_116.pdf>. Acesso em: 04 ago. 2018.

CYRANKA, L. Avaliação das variantes: atitudes e crenças em sala de aula. In: MARTINS, M. A; VIEIRA, S. R; TAVARES, M. A. (Orgs.). Ensino de Português e Sociolinguística. 1. ed., 1a reimpressão. São Paulo: Contexto, 2016.

FARACO, C. A. Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

GÓMEZ MOLINA, J. R. Actitudes lingüísticas en una comunidad bilíngüe y multidialectal: área metropolitana de Valencia. Valencia: Universitat de Valencia, 1998.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO DO SUL - IFMS. Projeto Pedagógico de Curso: Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado em Agropecuária. Nova Andradina, 2014. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2018.

LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. Trad. Marcos Bagno, Maria Marta Scherre, Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial. 2008.

LUCCHESI, D. Língua e sociedade partidas: a polarização sociolinguística no Brasil. São Paulo: Contexto, 2015.

MILROY, J. Ideologias linguísticas e as consequências da padronização. In: LAGARES, X. C. Qual política linguística? desafios glotopolíticos contemporâneos. São Paulo: Parábola Editorial, 2018.

MOLLICA, M. C; JUNIOR, C. F. (Orgs.). Sociolinguística, sociolinguísticas: uma introdução. São Paulo: Editora Pontes, 2016.

MORENO FERNÁNDEZ, F. Principios de sociolingüística y sociología del lenguaje. Barcelona: Ariel, 1998.

RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

SANTOS, C.A.N. Crenças e atitudes de variedades linguísticas no nordeste brasileiro: como universitários de uma zona de fronteira dialetal percebem a língua portuguesa? Revista Leitura v. 2, no 59 – Maceió – Jul./Dez. 2017, p.168-184.

SILVA-CORVALÁN, C. Sociolingüística y pragmática del español. Washington. Georgetown University Press, 2001.

TARALLO, F. A pesquisa sociolinguística. Ática SA. 3a ed., São Paulo: 1990.

Downloads

Publicado em

30 de agosto de 2020

Como Citar

CARVALHO, M. P. de .; ROCHA, P. G. da . O TEU SOTAQUE É BONITO OU FEIO? UM ESTUDO SOBRE CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DO IFMS DE NOVA ANDRADINA/MS. Revista Leia Escola, Campina Grande, v. 20, n. 2, p. 11–26, 2020. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/3395. Acesso em: 28 out. 2024.

Seção

Dossiê