A OBJETIFICAÇÃO DO ESPECTADOR:
CINEMA, INDÚSTRIA CULTURAL E SEMIFORMAÇÃO
Palavras-chave:
Theodor Adorno. Cinema- mercadoria. Indústria Cultural. Semiformação.Resumo
O cinema, discutido neste artigo, refere-se à dimensão dos filmes que são exibidos nas salas dos cinemas e/ou nos diversos suportes disponíveis, por meio das plataformas streaming. A maioria dos filmes produzidos pelo cinema do mainstream, visa apenas à reprodução da ordem social estabelecida. O objetivo deste artigo é realizar uma análise crítica do cinema, a partir dos pressupostos teóricos de Theodor Adorno. Para tanto, apresenta o cinema a partir da ótica da filosofia de Adorno, no âmbito de pesquisas acadêmicas e discute as categorias indústria cultural e semiformação, no diálogo sobre cinema concebido como mercadoria, e seus impactos no processo semiformativo do espectador. A indústria cultural, produto da disseminação do capitalismo sobre a cultura, promove, portanto, o empobrecimento da experiência formativa e da educação para os sentidos, impossibilitando a realização de uma leitura analítica das demandas sociais. Nesse sentido, o cinema deixa de exercer seu
potencial formativo, transformando-se em mero objeto desse esquema. Isso se dá exatamente pelo acordo firmado entre os grandes dirigentes da indústria cinematográfica, que defendem a unidade técnica e também de conteúdo, com propósito de impedir o desenvolvimento da capacidade reflexiva, criativa e a inventiva do espectador.
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