ESTALLIDO SOCIAL CHILENO E POÉTICA MAPUCHE COMO PRÁTICAS TRANSLÍNGUES E CONTRAPEDAGÓGICAS CONTEMPORÂNEAS

Autores

  • Priscila Marinho Pós-Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas (PPGLEN) Faculdade de Letras – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Bolsista FAPERJ – Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, Processo SEI 260003/000295/2024 https://orcid.org/0000-0001-6079-6336

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.14053016
Palavras-chave: Translinguismo, Contrapedagogia, Glotopolítica

Resumo

Este artigo reflete acerca das práticas translíngues e contrapedagógicas enfocando as relações tensivas que se travam entre a língua nacional e as línguas minorizadas considerando o processo histórico de consolidação dos Estados-nações. Para tanto, propiciamos análises discursivas relativas à paisagem linguística deflagrada à época do estallido social chileno (2019-2020), que materializa trânsitos linguísticos entre o espanhol e o mapudungun (língua mapuche), além de examinarmos a literatura mapuche contemporânea. Nosso dispositivo analítico se embasa na análise de discurso de extração peuchetiana mobilizando transdisciplinarmente discussões pertinentes à glotopolítica, ao translinguismo e à contrapedagogia. Pensando na promoção de uma educação linguística e literária crítica, nossa análise reforça a necessidade de debatermos sobre a perspectiva translíngue, presente em movimentos sociais e em poéticas historicamente marginalizadas, no âmbito do ensino/aprendizagem, com a finalidade de contribuirmos para a superação de concepções epistemológicas conservadoras que advogam em favor de uma “pureza linguística” ao focalizar construtos provenientes de situações de contato entre línguas e culturas como “interferências” e “erros”. Contemplamos, portanto, a translinguagem enquanto uma dinâmica fluída que coloca em circulação novas configurações possíveis, bem como distintos efeitos de sentido(s) no ensino linguístico e literário.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDERSON, B. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. Trad. D. Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal [1953/1979]. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2015.

BOURDIEU, P. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. Trad. S. Miceli et. al. São Paulo: Edusp, 2008.

CANAGARAJAH, S. Translanguaging in the classroom: Emerging issues for research and pedagogy. Applied Linguistics Review, vol. 2, pp. 1-28, 2011.

CENOZ, J.; GORTER, D. El estudio del paisaje lingüístico. 2008. Artigo online no portal Euskadi.eus. Disponível em <https://www.euskadi.eus/gobierno-vasco/contenidos/informacion/artik22_1_cenoz_08_03/es_cenoz/artik22_1_cenoz_08_03.html>. Acesso em: 24 mai. 2024.

CHILE, Ministerio de Planificación y Cooperación. Ley Indígena, nº 19.253. Santiago, 1993. Disponível em: <http://www.leychile.cl/Navegar?idNorma=30620>. Acesso em: 24 mai. 2024.

DEL VALLE, J. Chile lenguajea. Paisaje glotopolítico del estallido. AGlo. Anuario de glotopolítica, n. 3, p.175-182, 2020.

FIGUEROA VERDUGO, D. Poéticas Mapuche: Lecturas interculturales de la poesía mapuche actual. Concepción, 2017. 247f. Tesis (Doctorado en Literatura Latinoamericana) – Postgrado en Literatura Latinoamericana, Universidad de Concepción, Chile.

FIGUEROA VERDUGO, D. El humor en la narrativa de Graciela Huinao. Acta literaria, Concepción, n. 56, p. 91-110, 2018.

GUESPIN, L.; MARCELLESI, J. B. Defesa da Glotopolítica (1986). In: SAVEDRA, M.; PEREIRA, T. C.; LAGARES, X. C. (orgs.). Glotopolítica e práticas de linguagem. Niterói: Eduff, 2021, p.11-50.

HUINAO, G. Eltun. In: FALABELLA, S.; HUINAO, G; RAMAY, A. (orgs). Hilando en la memoria. Siete mujeres mapuche. Poesía. Santiago: Editorial Cuarto Propio, 2006, p.29.

JIMÉNEZ-YAÑEZ, C. #Chiledespertó: causas del estallido social en Chile. Revista Mexicana de Sociología, Ciudad de México, n. 4, p.949-957, 2020.

LAGARES, X. Qual Política Linguística? Desafios glotopolíticos contemporâneos. São Paulo: Parábola Editorial, 2018.

LANDRY, R.; BOURHIS, R. Y. Linguistic Landscape and Ethnolinguistic Vitality: An Empirical Study. Journal of Language and Social Psychology, vol. 16, n.1, p.23-49, 1997.

LONCÓN, E. Derechos educativos y lingüísticos de los pueblos indígenas de Chile. Revista ISEES (Inclusión Social y Equidad en la Educación Superior), [S.l.], n. 7, p.79-94, 2010.

LONCÓN, E. Publicação no twitter, 28 de março de 2019. Disponível em < https://twitter.com/ElisaLoncon/status/1111370912849252353>. Acesso em: 24 mai. 2024.

LONCÓN, E. El despertar de la lengua mapuzugun en el proceso constituyente y la descolonización del pensamiento del pueblo de Chile. In: NAMUNCURA, D. et al. Wallmapu – Ensayos sobre pluranacionalidad y nueva constitución. Santiago: Pehuén Editores S.A, 2020, p.209-220.

LONCÓN, E.; RAMAY, A. Construyendo valor cultural: Jimnasia Nacional (1914) de Manuel Manquilef y la educación intercultural en Chile. ALPHA: Revista de Artes, Letras y Filosofía, [S.l.], n.42, p.273-284, 2016.

LONCÓN, E.; CASTILLO, S. Neologismos en mapuzugun: palabras creadas en un proceso de enseñanza y de aprendizaje. Literatura y lingüística, Santiago, n.38, p.195-212, 2018.

MARINOVIC, T. Publicação no twitter, 20 de julho de 2021. Disponível em: <https://twitter.com/tere_marinovic/status/1417494348476862468>. Acesso em: 24 mai. 2024.

MELIÀ, B. Conquistar la lengua guaraní / El guaraní y su reducción literaria. In: El guaraní conquistado y reducido. Ensayos de etnohistoria. Asunción: CEADUC, 1997, p. 249-271.

NIÑO, Y. J. Graciela Huinao y la poesia mapuche: la frontera como marca. El jardín de los poetas. Revista de teoria y critica de poesia latinoamericana, Ano VII, n. 12, p.88-103, 2020.

ORLANDI, E. Análise de discurso: princípios & procedimentos. São Paulo: Ponte, 2000.

PRADA, J.; NIKULA, T. Introduction to the special issue: On the transgressive nature of translanguaging pedagogies. EuroAmerican Journal of Applied Linguistics and Languages, Vol. 5, n.2, p.1-7, 2018.

PRADA, J.; ELOLA, I. Developing Critical Sociolinguistic Awareness Through Linguistic Landscapes in a Mixed Classroom: The Case of Spanish in Texas. In: Malinowski, D., Maxim, H.H., Dubreil, S. (eds) Language Teaching in the Linguistic Landscape. Educational Linguistics, vol 49. Springer, p.223-250, 2020.

PUEBLO MAPUCHE, Comunicado de prensa, Santiago, 28 de marzo de 2019. Disponível em <https://radiokurruf.org/2019/03/28/audio-comunicado-pueblo-mapuche-se-retira-de-consulta-nacional-sobre-bases-curriculares-en-lengua-indigena-por-negativa-del-gobierno-a-impartir-en-todos-los-establecimientos-del-pais/>. Acesso em: 24 mai. 2024.

QUIDEL LINCOLEO, J. Mundos y epistemologías en resistencias: el caso del Pueblo Mapuche. CUHSO, Temuco, v. 30, n. 1, p. 221-232, 2020.

RIVERA-AGUILERA, G.; IMAS, M.; JIMÉNEZ-DÍAZ, L. Jóvenes, multitud y estallido social en Chile. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Ni-ñez y Juventud, Vol. 19, n.2, p.1-23, 2021.

ROCHA, C. H.; MEGALE, A. H. Translinguagem e seus atravessamentos: da história, dos entendimentos e das possibilidades para descolonizar a educação linguística contemporânea, PUC-SP: DELTA: Documentação De Estudos Em Lingüística Teórica E Aplicada, Vol. 39, n. 2, p.1-32, 2023.

SEGATO, R. Contra-pedagogías de la crueldad. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2018.

SERVEL – Servicio Electoral de Chile. Elección Consejo Constitucional 2023. Disponível em < https://preliminares2023.servel.cl/#/votacion/elecciones_consejo_gen/pais/8056>

Acesso em: 24 mai. 2024.

SERVEL – Servicio Electoral de Chile. Elección Consejo Constitucional Indígena 2023. Disponível em < https://preliminares2023.servel.cl/#/votacion/elecciones_consejo_ind/pais/8056 >

Acesso em: 24 mai. 2024.

VÁSQUEZ-BUSTOS, V. P. La protesta es una guerra: un análisis de grafitis referidos a la protesta social en Chile desde la metáfora conceptual. Logos: Revista de Lingüística, Filosofía y Literatura, vol. 32, n.1, p.173-190, 2022.

VERGARA, J. I.; MELADO, H. La violencia política estatal contra el Pueblo-Nación Mapuche durante la conquista tardía de la Araucanía y el proceso de la radicación (Chile, 1850-1929). Diálogo Andino [online], Arica, n. 55, p.5-17, 2018.

WEI, L. Moment analysis and translanguaging space: discursive construction of identities by multilingual Chinese youth in Britain. Journal of Pragmatics, n. 43, vol. 5, p.1222-1235, 2011.

WEI, L. Translanguaging as a Practical Theory of Language, Applied Linguistics, vol. 39, Issue 1, p.9-30, 2018.

URETA MARÍN, C. La ciudad como texto. Exemplar digital. Publicação gratuita. Santiago, Chile, 2020. Disponível em Acesso em: 24 mai. 2024.

Downloads

Publicado em

7 de novembro de 2024

Como Citar

MARINHO, P. ESTALLIDO SOCIAL CHILENO E POÉTICA MAPUCHE COMO PRÁTICAS TRANSLÍNGUES E CONTRAPEDAGÓGICAS CONTEMPORÂNEAS. Revista Leia Escola, Campina Grande, v. 24, n. 2, p. 122–139, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.14053016. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/leia/article/view/2898. Acesso em: 18 dez. 2024.

Seção

Dossiê

Dados de financiamento