ALTERAÇÕES DA PAISAGEM URBANA ORIUNDAS DA DINÂMICA SOCIAL
ESTUDO DE CASO DO LARGO DE COIMBRA, OURO PRETO, MINAS GERAIS
Resumo
Pretende-se, a partir do uso de imagens e fotografias históricas, discutir a apropriação do espaço público e seus diferentes usos ao longo do tempo, por meio da dinâmica humana do ambiente urbano e sua influência direta na paisagem urbana. Como área de estudo, foi selecionado o Largo de Coimbra, em Ouro Preto, Minas Gerais. Interessa-nos conhecer as atividades exercidas desde 1853, com o objetivo de gerar informações que possam contribuir para a definição de políticas públicas para a ocupação desse espaço. Os aspectos metodológicos da pesquisa compreenderam: pesquisa bibliográfica, levantamento documental sobre o histórico do espaço estudado. A análise adotou uma abordagem qualitativa, envolvendo documentos históricos, registros fotográficos, com o intuito de identificar diferentes tipos de usuários e atividades desenvolvidas. O estudo apontou que a ocupação do largo passou por diversas transformações e que, atualmente, é predominantemente voltada para atender a demanda turística por meio do comércio informal de souvenirs.
Downloads
Referências
ABIDIN, I. Z. et al. Characteristic of Attractive Square as Public Space: Putra square, Putrajaya. In: ANDEA, P.; KILYENI, S. Selected Topics in Energy, Environment, Sustainable Development and Landscaping. Romenia: Politehnica University of Timisoara, 2010. p. 338-343.
ANDERSON, Perry. As origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1999.
ANTONIL, André João (ANDREONI, Giovanni Antonio). Cultura e Opulência do Brasil por Suas Drogas e Minas. Lisboa: Oficina Real Deslandesiana, 1711, pp. 141 e 142 apud Histórias e outras Histórias. Disponível em: https://martaiansen.blogspot.com/2012/05/o-vestuariomasculino-nas-minas-gerais.html. Acesso em 15 de setembro de 2024.
ARAUJO, A. M. Imagem e educação uma linha histórica e dialógica entre elas. In: Anais do VI Congresso Nacional em Educação Grande: Realize Editora. em: https://editorarealize.com.br/artigo/visu alizar/60742. Acesso em 23 mar.2024.
BAREL FILHO, Ezequiel. Lúcio Costa em Ouro Preto: a invenção de uma "cidade barroca". Dissertação de Mestrado. Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2013.
BARTHES. Roland. A aventura semiológica. Lisboa: Edições 70. 1987b
BRITTO, F. D.; JACQUES, P. B. Corpocidade: A arte enquanto micro-resistência urbana. Fractal: Revista de Psicologia, v. 21, n. 2, p. 337–350, 2009.
CABRAL, Henrique Barbosa da Silva. Ouro Prêto. Belo Horizonte: [s.n.], 1969.
CALLAI, H.C. Ensino de geografia: práticas e textualizações do cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000.
CASTRIOTA, Leonardo Barci. Patrimônio cultural: conceitos, políticas, instrumentos. São Paulo/Belo Horizonte, Annablume/IEDS, 2009, p. 148.
CASTRO, C. A. T.; TAVARES, M. G. DA C. A patrimonialização como processo de produção social do espaço urbano: aspectos teóricos. Sociedade e Território, v. 28, n. 2, p. 117–135, 2016.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. 2001 “Por que a geografia do Turismo?”. In Gastal, S. (org). Turismo: 9 propostas para um saber -fazer. Porto Alegre: EDIPUC.
CMOP. Livro de registro de contratos e arrematações entre 1927-1959. Série contrato. Cx. 30. L05. Ouro preto: 1927-1959. Acervo do Arquivo Público Municipal de Ouro Preto.
CORIOLANO, L. N. M. T. (org). O turismo e a relação sociedade-natureza: realidades, conflitos e resistências. Fortaleza: EdUECE, 2007.
CORRÊA, R. L. Paisagem: algumas reflexões sobre sua natureza e conexões. Rio de Janeiro, Edições Makunaima, 2012.
CRUZ, R. C. A. Introdução à geografia do turismo. 2. ed. São Paulo: Roca,2003.
CRUZ, R. C. A. Política de turismo e território. São Paulo: Contexto, 2000.
CRUZ, R. de C. A. As paisagens artificiais criadas pelo turismo. In: YÁZIGI, Eduardo (org.). Turismo e Paisagem. São Paulo: Contexto, 2002.
CUNHA, R. D. A. Os Usos, Funções e Tratamentos das Áreas de Lazer da Área Central de Florianópolis 406 f. Florianópolis, 2002. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
DALMOLIN, Q.; Oliveira, R.. A influência da redundância da observação sobre a precisão dos parâmetros. Boletim de Ciências Geodésicas, 14(3), 2, 2008, p.95-315.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
FRANÇA, T. F. Do material ao intangível: Estudo e inventário do largo de Coimbra em Ouro Preto Preto MG. Arquitextos 244.05ano 21, set. 2020. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/21.244/7880. Acesso em setembro de 2024.
GABARDO, M. Paisagem urbana interpretada. In Anais do VII Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – ENEPEA (p. 1-14). Belo Horizonte: ENEPEA, 2004.
GARDNER, George. Viagens ao interior do Brasil: principalmente nas províncias do Norte e nos distritos do ouro e do diamante durante os anos de 1836-1841. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Edusp, 1975.
GASTAL, Susana de Araújo. Imagem, Paisagem e Turismo: A construção do olhar romântico. Pasos, El Sauzal, v. 11, n. 3, p. 123–133, 2013.
GIDDENS, A. Modernidade e identidade pessoal. Oeiras, Celta, 1997.
GLASS, R. Aspects of Change. London: MacGibbon & Kee, 1964.
GUIMARÃES, C. P., & CUNHA, R. A. A evolução da Praça Dois de Julho – Campo Grande modificando a paisagem em Salvador (BA). In Anais do VII Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – ENEPEA (p. 1-10). Belo Horizonte: ENEPEA, 2004.
HANSEN, R. S. El espacio público en el debate actual: una reflexión crítica sobre el urbanismo post-moderno. Eure, Santiago, v. 28, n. 84, 2002.
IPHAN. Ofício nº. 22, de Eduardo Tecles para Rodrigo M. F. de Andrade, em 18/12/1944. Belo Horizonte (grafia original).
JACQUES, P. B. Corpografias Urbanas. Vitruvius-Arquitextos, 2008. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.093/165 . Acesso em 15 fev. 2024.
JANSEN-VERBEKE, Myriam. Tourismificationof historical cities. Annals of tourism research, 25(3),1998. P. 739-742.
JESUS, E.L. Diferentes abordagens de agricultura não convencional: história e filosofia. In: AQUINO, A.M; ASSIS, R.L. Agroecologia: princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2005.p.21-48.
KOHLSDORF, M. E. A apreensão da forma da cidade (1. ed.). Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1996.
KOROSSY, Nathália. Turismo, território e espaço urbano: considerações sobre o processo de turistificação e urbanização turística. In: CASTILHO, Cláudio J. M. e SELVA, Vanice S. F. Turismo, políticas públicas e gestão dos ambientes construídos. Recife: Universitária, UFPE, 2012.
LEFÈBVRE, H. O Direito à Cidade. São Paulo: Centauro, 2001.
LEITE, Rogerio Proença. Retradicionalização e gentrification. Em XXV Congresso ALAS: Asociación Latinoamericana de Sociología. Grupo de Trabajo:Consumos Culturales: practicas, mercados y políticas. Porto Alegre, 1-11. Mimeo, 2005.
LÉVY, Jacques; LUSSAULT, Michel. Dictionaire de la Géographie et de l ́Espace des Societés. Paris: Belin, 2003.
LIMA, S. M. S. A. A Mesma Praça, o Mesmo Banco, as Mesmas Flores, o Mesmo Jardim. Tudo é igual? Transformações no Espaço público: o caso da Praça Pedro II, em Teresina, Piauí. 149 f. Receife, 2001. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano) Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.
LOBODA, C. R., & De Angelis, B. L. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e funções. Ambiência - Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, 1(1), 2005. P.125-139.
LOFLAND, L. H. A world of strangers: order and action in urban public space. Ilinois, Waveland. 1985.
MACEDO, S. S. Espaços livres. Paisagem e Ambiente: Ensaios, 7, 1995.p.15-56.
MAGALHÃES, A. O mercado. Tribuna de Ouro Preto, Ouro Preto, 28 out. 1945, p. 4 Disponível em: http://memoria.bn.br/pdf/767140/per767140_1945_00012.pdf.
MARX, M. Cidade Brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1980.
MAUAD, A. M. Fotografia, história e memória: entre a preservação e a produção de novos sentidos. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 47, p. 11-30, 2004.
MENDES, R.J. Feira livre e segurança alimentar: um estudo de caso de Santa Maria de Itabira. In: Theodoro, S.F; DUARTE, L.G; VIANA, J.N. (Orgs). Agroecologia: um novo caminho para a extensão rural sustentável. 1° ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.p. 117-133
MIRANDA. 2016, p. 51 apud ADELC. [Carta] 17 out. 2017, Ouro Preto [para] ASTONI, Z., Ouro Preto. 4f. Solicitação de abertura de processo para registro de patrimônio imaterial na categoria de Lugar.
MUSSI VAZ, M. J., & Santiago, A. A apropriação popular de espaços públicos. In Anais do VII Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – ENEPEA (p. 1-9). Belo Horizonte: ENEPEA, 2004.
NEIVA JÚNIOR, E. A imagem. São Paulo: Ática, 2002.
OLIVEIRA, L. A.; MASCARÓ, J. J. Análise da qualidade de vida urbana sob a ótica dos espaços públicos de lazer. Ambiente Construído, v. 7, n. 2, p. 56-69, 2007.Diposnível em; https://seer.ufrgs.br/ambienteconstruido/article/view/3737 . Acesso em: 28 out. 2024.
ROBBA, F., & MACEDO, S. S. Praças brasileiras (2. ed.). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003.
ROLNIK, R. O que é cidade. São Paulo: Brasiliense, 1998.
RUSCHMANN, D. V. de M.; TOMELIN, C. A. (orgs.). Turismo, ensino e práticas interdisciplinares. Barueri: Manole, 2013.
SANTOS, S. R. dos. Paisagem solidária: indicadores de sustentabilidade urbana em área turística funcional do centro histórico de São Luís, Maranhão. 2015. 582f. (Doutorado em Gestão Urbana) –Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba.
SANTOS, M. A natureza do Espaço: Técnica e tempo. Razão e emoção. 4. ed. São
SAUER, C. O. A morfologia da paisagem. In: Corrêa, R. L.; Hosendahl, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1988.
SELVA, Vanice S. F. Turismo, políticas públicas e gestão dos ambientes construídos. Recife: Universitária, UFPE, 2012.
SEQUERA, J.; NOFRE, J. Shaken, not stirred: new debates on touristification and the limits of gentrification. City, v. 22, n. 5–6, 2 nov. 2018.
SIMÃO, Maria Cristina Rocha. Preservação do patrimônio cultural em cidades. Belo Horizonte, Autêntica, 2006. p. 23-60.
SOUZA, J. E.; GIACOMONI, C. Análise documental como ferramenta para pesquisas em história da educação. Revista História da Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 55, p. 129-151, 2018.
VASCONCELLOS, D. A arte em Ouro Preto. Belo Horizonte, MG: Academia Mineira de Letras, 1934 (Trabalho original publicado em 1911)
VILLAÇA, Flávio. Espaço Intra-Urbano no Brasil. 1.ed.São Paulo: Studio Nobel/Fapesp, 2001. 376p.
Downloads
Publicado em
Como Citar
Seção
Licença
© 2024 Simone Fernandes Machado, Solano de Souza Braga
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) desde que concluído o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre);
4. Não recomenda-se publicação e distribuição do artigo antes de sua publicação, pois isso poderá interferir na sua avaliação cega pelos pares.