APAGAMENTO DA CONSOANTE PÓS-VOCÁLICA /R/ EM VERBOS NO INFINITIVO
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.14057783Resumen
Estudos sobre a variação linguística no processo de aprendizagem focados na compreensão das regras gramaticais são recorrentes nos estudos linguísticos, mas muito raros em sala de aula. Nesse ambiente, frequentemente são identificados altos déficits na leitura e na escrita dos alunos resultantes das distorções entre som-letra, devido às diferenças entre a norma padrão e a variação da comunidade de fala dos alunos. Nosso objetivo neste artigo, é analisar o apagamento, em posição de coda, da consoante pós-vocálica /r/ no falar do pernambucano. A compreensão adotada é que essas variações são resultantes de processos fonológicos explicados por meio de regras de uso da variante padrão que os caracterizam e através dos estudos fonéticos. O corpus utilizado é composto por entrevistas realizadas pelo repórter “Jota Junior” em Pernambuco e divulgadas no canal TV Guararapes Oficial. A análise dos dados foi orientada à luz dos estudos de Orlandi (2005), Leite e Callou (2002), Lemle (1995), Labov (2008 [1972]); Gnerre (1985); Couto (1991), entre outros. A análise das entrevistas indicou que há uma contraposição entre a regra gramatical estabelecida e a prática linguística observada na fala pernambucana, pois a regra gramatical prescreve a pronúncia da desinência “-r” para que os verbos sejam classificados como infinitivos e a realidade linguística demonstra uma variação fonética na qual essa desinência pode ser omitida na fala cotidiana sem comprometer a compreensão entre os falantes. E, como conclusão da análise, e aporte para os professores e pesquisadores de língua, foi indicado uma proposta de atividade que exemplifique uma prática de ensino pautada no olhar para a variação linguística do aluno que realiza o apagamento do /r/ em coda silábica e que reflete essa relação som-letra na escrita.
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