RESPEITE MINHA FALA QUE CONSIDERO A SUA ESCRITA:

A MITOLOGIA DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO ENQUANTO PROPAGADORA DE ESTIGMAS SOCIAIS E POLÍTICOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.16430611

Palavras-chave:

lingua, Sociolinguística, Preconceito Linguístico, Fala, Escrita

Resumo

A língua tem potencial de ser um instrumento vivo, passível de flexibilização e renovação, junto aos seus usuários, em uma comunidade linguística e em determinada situação comunicativa. Categoricamente, a língua portuguesa falada no Brasil é formada a partir de um substrato de línguas de origens indígenas que foi absorvida pela língua do colonizador e do escravizado, além das influências de outros povos (Galindo, 2022). Pensando nesse contexto histórico esse trabalho traz como objetivo verificar o mito linguístico “O certo é falar assim porque se escreve assim” e analisar as consequências dessa crença. Para isso nos aportamos teoricamente em Bagno (2015) sobre mitologia do preconceito linguístico e em Patriota (2006) e Coelho (2010) referente ao estudo da Sociolinguística, que tem a fala, em seu uso efetivo, como objeto de estudo. Metodologicamente Gil (2002) e Mascarenhas (2014), caracterizam esta pesquisa como descritiva, qualitativa e interpretativista. Considerando os nossos resultados, constatamos que não há uma supremacia da escrita em detrimento da fala, ambas são práticas interativas e complementares (Marcuschi, 2010). Portanto, a difusão da concepção padrão de língua baseados em critérios sociopolíticos, transforma essa língua em um instrumento de poder detido por indivíduos letrados que estigmatizam falantes de uma língua viva e real.

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Publicado

25-07-2025

Como Citar

VIDAL, Taynah de Lima; CAMILO, Cassiene Raissa da Silva; PATRIOTA, Luciene Maria. RESPEITE MINHA FALA QUE CONSIDERO A SUA ESCRITA:: A MITOLOGIA DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO ENQUANTO PROPAGADORA DE ESTIGMAS SOCIAIS E POLÍTICOS. Revista 15 de outubro, Campina Grande, p. 62–71, 2025. DOI: 10.5281/zenodo.16430611. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/r15o/article/view/4862. Acesso em: 5 dez. 2025.