PROFISSÕES EM TELA:
UMA EXPERIÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA CRÍTICA EM LÍNGUA INGLESA
Resumo
Tendo em vista a expansão da educação
linguística com crianças e a crescente inclusão de
questões sociais em sala de aula de Língua Inglesa
(LI), este artigo visa a compartilhar uma
experiência didática que buscou problematizar tanto
questões de gênero quanto racial, ao se trabalhar
com produções multimodais e pesquisas no ensino
do conteúdo “profissões”. Assim, busca-se
responder às seguintes perguntas de pesquisa: Quais
características fenotípicas são mais recorrentes nas
produções multimodais dos alunos? Quais as
reações dos/as alunos/as a partir dos resultados das
buscas feitas? Quais problematizações, se alguma,
os/as alunos/as fazem durante a discussão do tema?
No que diz respeito ao contexto, os/as alunos/as
estavam matriculados/as no 4o ano do ensino
fundamental em uma escola particular, na região
sudeste do interior de São Paulo, com duas horas-
aula de LI semanais. A unidade didática,
desenvolvida pela própria docente, foi adotada para
a realização da proposta e teve uma duração de
implementação de 4 horas-aula. Em relação aos
dados, considera-se as produções multimodais feitas
pelos/as alunos/as e os resultados das buscas
subsequentes feitas por eles/as, bem como as notas
de campo da docente oriundas da discussão sobre a
temática na sala de aula.
Downloads
Referências
BENTO, M. A. Branquemento e branquitude no Brasil. Disponível em:<http://midiaetnia.com.br/wpcontent/uploads/2010/09/branqueamento_e_branquitude_no_brasil.pdf>. Acesso em: 14 Set. 2022.
BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução no 510, de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana, na forma definida nesta Resolução. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
BRITTO, C. Inglês para brasileiros: uma análise da língua materna e da tradução no Upgrade. 2013. Dissertação (Mestrado em Estudos da Tradução) - Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, 2013. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/123049>. Acesso em: 18/08/2022.
BROSSI, G. C. Movimentos dialógicos de realização de políticas locais em ação no ensino de inglês com crianças na escola pública. 2022. 329 f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
BURTON, C. Gender disrupted during storytime: Critical literacy in early childhood. Journal of Childhood Studies, New York, v. 1, n. 1, p. 35-48, 2020. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/346893392_Gender_Disrupted_During_Storytime_Critical_Literacy_in_Early_Childhood> . Acesso em 23/09/2022.
DAVIES, B. Critical literacy in practice: Language lessons for and about boys. Opinion, New York, v. 27, n. 2, p. 12–22, 1998.
DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (Org.). Handbook of qualitative research. Thousand Oaks: SAGE, 2000.
DOLZAN, M. 6 em cada 10 casas brasileiras vivem insegurança alimentar; falta comida em 15%. UOL Notícias. Publicada em: 13/04/2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2021/04/13/6-em-cada-10-casas-brasileiras-vivem-inseguranca-alimentar-falta-comida-em-
htm?cmpid=copiaecola Acesso em: 28/10/2022.
EGIDO, A. A. A perspectiva da ética tradicional: orientações para submissão de projeto de pesquisa. In: EGIDO, A. A.; NOVELLI, J. (Org.). Percursos metodológicos em estudos da linguagem: tipos, instrumentos e métodos. Goiânia: Scotti, 2022a. p. 14-31.
EGIDO, A. A. A perspectiva da ética emergente: as relações humanas que as normativas de pesquisa não contemplam. In: EGIDO, A. A.; NOVELLI, J. (Org.).Percursos metodológicos em estudos da linguagem: tipos, instrumentos e métodos.
Goiânia: Scotti, 2022b. p. 32-40.
EGIDO, A. A. Ética docente: encarando possibilidades de violência e de humanidade com vistas a uma educação linguística. 2022. 46052 f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Centro de Letras e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2022c.
EGIDO, A. A. Práticas de formação de professores de línguas estrangeiras para crianças no Brasil: um estudo discursivo Foucaultiano. In: FREITAS, C. C.; BROSSI, G. C.; ROSA-DA-SILVA, V. (Org.). Políticas e formação de professores/as de línguas: o
que é ser professor/a hoje?. Anápolis: Editora UEG, 2020. p. 69-94.
EGIDO, A. A. Students' assumption, prejudice, and discrimination in an English language class. Curitiba: APPRIS, 2018.
FERREIRA, A. J. Teoria Racial Crítica e Letramento Racial Crítico: narrativas e contranarrativas de identidade racial de professores de línguas. Revista da ABPN, São Paulo, v. 6, n. 14, p. 236-263, 2014. Disponível em: <https://smeduquedecaxias.rj.gov.br/smeportal/wp-content/uploads/2020/07/TEORIA-RACIAL-CR%C3%8DTICA-E-LETRAMENTO-RACIAL-CR%C3%8DTICO.pdf>. Acesso em: 15/08/2022.
FERREIRA, A. J. Narrativas autobiográficas de professoras/es de línguas na universidade: Letramento Racial Crítico e Teoria Racial Crítica. In: FERREIRA, A. J. Narrativas Autobiográficas de Identidades Sociais de Raça, Gênero, Sexualidade e
Classe em Estudos da Linguagem. Campinas: Pontes, p. 127-160, 2015.
FERREIRA, A. J. Letramento racial crítico. In: LANDULFO, C.; MATOS, D. (Org.). Suleando conceitos em linguagens: decolonialidades e epistemologias outras. Campinas: Pontes, 2022. p. 207-214.
FURIO, M. O currículo e o estágio: práticas de formação crítica para o ensino de língua inglesa para crianças. Parecer consubstanciado e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Londrina. CAAE:16183619.7.0000.5231.
FILIPPE, M. No Brasil, 84% percebe racismo, mas apenas 4% se considera preconceituoso. Exame. Publicado em: 28/04/2021. Disponível em: No Brasil, 84% percebe racismo, mas apenas 4% se considera preconceituoso | Exame Acesso em: 28/10/2022.
FREITAS, C. C. et al. (Org.). Dossiê: Educação Linguística na Infância. Via Litterae • Anápolis • v. 12, n. 2 • p. 134-342 • jul./dez. 2020.
KALANTZIS, M.; COPE, B.; PINHEIRO, P. Letramentos. Campinas: Editora da Unicamp, 2020.
KIRKPATRICK, A.; DETERDING, D. World Englishes. In: SIMPSON, J. (Ed.). The Routledge Handbook of Applied Linguistics. New York: Routledge, 2011. p. 373-387.
KRESS, G. Literacy in the new media age. London: Routledge, 2003.
LABORNE, A. A. P. Branquitude e colonialidade do saber. Revista da ABPN, São Paulo, v. 6, n. 13, p. 148-161, 2014.
LADSON-BILLINGS, G.; TATE, W. Towards a critical race theory of education. Teachers College Record, New York, v. 97, n. 1, p. 47-67, 1995.
LADSON-BILLINGS, G. Just what is critical race theory and what„s it doing in a nice field like education? Qualitative Studies in Education, London, v. 11, n. 1, p. 7-24, 1998.
LADSON-BILLINGS, G. Preparing teachers for diverse student populations: a critical race theory perspective. Review of Research in Education, New Jersey, v. 24, p. 211- 47, 1999.
LEONARDO, Z. The souls of white folk: critical pedagogy, whiteness studies, and globalisation discourse. Race Ethnicity and Education, New York, v. 5, n. 1, p. 29-50, 2002.
MALTA, L. S. “What Is Your Favorite Color?”: Práticas De Letramento Crítico No Ensino-Aprendizagem Da Língua Inglesa Para Crianças De 2 A 5 Anos E A Ruptura Com Padrões Sociais. PERcursos Linguísticos, [S. l.], v. 9, n. 23, p. 30–47, 2019.
MOITA-LOPES, L. P. Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
MOITA-LOPES, L. P. Linguística aplicada na modernidade recente: festchrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013.
NITAHARA, A. Negros são maioria entre desocupados e trabalhadores informais no país: Levantamento do IBGE reúne dados de diversas pesquisas. Agência Brasil. Publicado em: 13/11/2019. Disponível em: Negros são maioria entre desocupados e trabalhadores informais no país | Agência Brasil (ebc.com.br) Acesso em: 28/10/2022.
NORRIS, J.; SAWYER, R. D.; LUND, D. E. (Ed.). Duoethnography Dialogic Methods for Social, Health, and Educational Research. Chicago: Left Coast Press, 2012.
OLIVEIRA, S. Texto visual, estereótipos de gênero e o livro didático de língua estrangeira. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, v. 47, p. 91-117, 2008. Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8645184>. Acesso em: 13/10/2022.
PENNYCOOK, A. „Critical and alternative directions in applied linguistics‟. Australian Review of Applied Linguistics, Sydney, v. 33, n. 2, p. 1–16. 2010.
PENNYCOOK, A. Critical applied linguistics: a critical introduction. Mahwah NJ, Lawrence Erlbaum Associates, 2001.
PENNYCOOK, A. Critical Moments in a TESOL praxicum. In: BORTON, B.; TOOHEY, K. (Ed.). Critical Pedagogies and Language Learning. London: Cambridge University Press, 2004. p. 327-345.
PENNYCOOK, A. Critical applied linguistics: a critical re-introduction. New Jersey NJ, 2021.
REIS, S. ; EGIDO, A. A. Ontologia, epistemologia e ética como determinantes metodológicos em Estudos da Linguagem. In: REIS, S. (Org.). História, Políticas e Ética na área profissional da linguagem. Londrina: Eduel, 2017. p. 229-252.
SANTOS, K. Meus (minhas) filhos(as) jamais serão pretos(as) de Iaia e nem Ioiô: Uma breve viagem através da maternidade das mães-pretas quilombolas que me confiaram suas meninas e meninos. Língu@ Nostr@, Vitória da Conquista, v. 8, n. 1, p. 179 –195, jan/jul. 2021. Disponível em:
https://linguanostra.net/index.php/Linguanostra/article/view/215>. Acesso em: 02/10/2022.
SANTOS, C. V. S. S. "My wild hair": a construção da identidade racial dentro (e através) do ensino de língua inglesa para crianças. 2022. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras Inglês) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2022.
SECCATTO, M. G. Me empresta o lápis cor de pele? O uso de Incidentes Críticos na Formação de Professores de Língua Inglesa para crianças. Via Litterae: Revista de Linguística e Teoria Literária, Anápolis, v. 12, n. 2, p. 138-152. 2020. Disponível
em:<https://www.revista.ueg.br/index.php/vialitterae/article/view/11122>. Acesso em: 17/09/2022.
SIMPSON, J. (Ed.). The Routledge Handbook of Applied Linguistics. New York: Routledge, 2011.
REPÚBLICA DE MONTENEGRO. Gender Stereotypes in Elementary School Textbooks in Use in Montenegro. Information and Education Centre for Women of Montenegro (ZINEC). 2000. Disponível em: http://www.osim.cg.yu/fosi_rom_en/download/gender_stereotypes.pdf Acesso em: 14 Set. 2022.
TATE, W. F. Critical race theory and education: history, theory, and implications. In: APPLE, M. W. (Ed.). Review of Research in Education. Washington, DC: American Educational Research Association, 1997. p. 195-247.
TSAO, Y. L. Using guided play to enhance children’s conversation, creativity and competence in literacy. Education, New York, v. 128, n. 3, p. 515-520, 2008.
URZÊDA-FREITAS, M. T.; PESSOA, R. R. Rupturas e continuidades na Linguística Aplicada Crítica: uma abordagem historiográfica. Calidoscópio, São Leopoldo, v. 10, n. 2, p. 225-238, 2012.
Downloads
Publicado em
Como Citar
Seção
Licença
© 2025 Revista Leia Escola
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
