Rompimento do modelo epistemológico mimético

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10261835
Palavras-chave: Mimese, Iconologia, Representação, Seiscentismo, Iconofotologia

Resumo

A mimese como modelo epistemológico teve sua origem na Grécia antiga, quando os artistas imitavam seus mestres e seguiam os modelos preestabelecidos; o Humanismo, por sua vez, resgata esse modelo e o aperfeiçoa: da mesma maneira que Virgílio imitou Homero, Dante imitou Virgílio. Petrarca, por exemplo, buscou nos clássicos a fonte de inspiração para seus sonetos; Camões, por sua vez, faz dele seu modelo, só para citar alguns exemplos. Tal procedimento, contudo, não representava plágio, já que era uma maneira de homenagear os mestres. Tal modelo teve seu apogeu no século XVII, entrando em declínio nos séculos seguintes, de modo especial no século XIX. Com seu rompimento, porém, perderam-se os modelos de representação que permearam a cultura ocidental por séculos, levando a subjetividade a assumir o papel preponderante na arte. Mais do que uma mudança na percepção da arte, verificou-se uma mudança na percepção do mundo que cerca o homem, cuja grande influência deveu-se à fotografia.

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Biografia do Autor

Jack Brandão, Universidade de São Paulo

Doutor, Professor universitário aposentado em São Paulo, Brasil; pesquisador da questão imagética; teórico da questão iconofotológica; diretor e pesquisador do Centro de Estudos Imagéticos CONDES-FOTÓS Imago.

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Publicado em

31 de janeiro de 2021

Como Citar

BRANDÃO, J. Rompimento do modelo epistemológico mimético. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 10, n. 1, p. 188–209, 2021. DOI: 10.5281/zenodo.10261835. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/2100. Acesso em: 30 dez. 2024.

Seção

Artigos