VOLÚPIA FEMININA:
A TRANSGRESSÃO EM OVÍDIO E GILKA MACHADO
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.15235851Palavras-chave:
Volúpia, Prazer feminino, Ovídio, Gilka MachadoResumo
O prazer feminino sempre foi um tema controverso, por vezes reprimido ao longo da história. A Igreja condenava o prazer sexual, considerando-o apenas para procriação, e via a mulher como um ser ardiloso que necessitava de controle (Knibiehler, 2016). Cientistas como John Harvey Kellogg e Isaac Baker-Brown propuseram tratamentos extremos para evitar o prazer feminino, como a aplicação de ácido carbólico no clitóris e a clitoridectomia radical, respectivamente (Strömquist, 2018). Essas práticas refletem a dificuldade das mulheres em buscar e falar sobre o seu prazer. Ovídio, na Roma antiga, desafiou as normas morais de sua época ao defender que as mulheres deveriam ter prazer em suas relações sexuais e buscar seus próprios interesses amorosos, mesmo estando casadas. De forma semelhante, a poeta brasileira, Gilka Machado enfrentou uma sociedade conservadora que evitava discutir o corpo e o prazer feminino. Este trabalho realiza uma leitura comparada do poema Volúpia, de Gilka Machado e da obra Arte de Amar, de Ovídio, utilizando uma abordagem qualitativa (Mesquita Neto, 2020) e tendo como fundamentação teórica de Carson (2023), Knibiehler (2016), Lerner (2019), Perrot (2019) e Cixous (2022). Pretende-se analisar as semelhanças na escrita sobre a volúpia feminina e o legado desses poetas na luta pelos direitos das mulheres.
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