MODOS DE CONTAR
A POÉTICA VERBO-VISUAL DE CAROL FERNANDES
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.11266907Resumo
Na literatura infantil contemporânea, a autoria feminina vem ocupando cada vez mais espaço. Essa produção é caracterizada pelos criativos projetos gráficos, nos quais chamam a atenção as ilustrações e a representação de diversidades de corpos, de mundos, de culturas. Neste artigo apresentamos uma análise de dois livros ilustrados da autora mineira Carol Fernandes: Se eu fosse uma casa (2020) e Fevereiro (2023). Buscamos identificar a presença de um estilo próprio nas ilustrações e analisar a relação entre texto escrito e imagem por meio do projeto gráfico. Como fundamentação teórica, utilizamos os estudos sobre ilustração de livros infantis de Nikolajeva e Scott (2011), Oliveira (2008), Moraes (2008), Linden (2011) e Ramos (2013). Nossa análise utiliza a metodologia de Pinheiro (2018), que considera os elementos do projeto gráfico-editorial do livro para analisar a narrativa. Nas obras selecionadas, alguns elementos em comum foram observados: nas ilustrações, a presença de corpos roliços e negros, assim como a presença de peixes; no texto escrito, a narrativa em versos, em construções poéticas abertas a interpretações, com suas construções metafóricas e metonímicas que convidam o leitor a uma participação ativa.
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Referências
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