Tradução visual: um estudo das capas de Station eleven, de Emily St.John Mandel
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i2.1123
Este estudo discute o conceito de tradução, aplicando-o ao processo de elaboração da capa de um livro e à transposição deste paratexto quando da edição da obra em outros países. Partindo dos conceitos de tradução, de Walter Benjamin (2008); de tradução intersemiótica, de Roman Jakobson (1985); assim como do de tradução visual, de Giovanni Baule, citado por Marco Sonzogni (2011), este estudo busca identificar as trocas que ocorrem entre um texto e seu paratexto. Três formas de tradução são possíveis na elaboração da capa de um livro: primeiro, a elaboração da capa original a partir do texto (tradução intersemiótica), segundo, a tradução da parte textual da capa original para outra língua, mantendo o restante do material igual ou similar (tradução idiomática); terceiro, a re-elaboração da capa a partir da capa original, e não do texto (tradução visual). Levando-se em consideração esses conceitos, é feita a análise das traduções de capas do livro Station Eleven, da autora canadense Emily St. John Mandel (2014). A obra recebeu paratexto inédito em grande parte das mais de 20 localidades onde foi editada. Sendo tradução, a elaboração da capa pode ser analisada a partir do princípio da fidelidade. Porém, a tradução aqui, seja ela intersemiótica, idiomática ou visual, é entendida como fruto de uma negociação entre interesses diversos, entre eles os do autor, do designer, do editor e do representante de vendas. Portanto, o paratexto capa, em sua função de “embaixador” do livro, pode ser compreendido, também, como um “termômetro” para a análise de influências políticas e econômicas sobre o texto.
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Referências
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