O CONSERVADORISMO BRASILEIRO NO DISCURSO DE TEMPOS FANTÁSTICOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.8412295
Palavras-chave: Tempos Fantásticos, Análise de Discurso, Política brasileira

Resumo

Os anos 2010 foram um período de ocorrência de mudanças significativas no cenário sóciopolítico brasileiro. Com a ascensão de um governo reacionário no final da década, muitos autores analisaram tal momento e o transportaram para suas respectivas obras literárias (assim como foi realizado em outras artes). Uma das obras foi Tempos Fantásticos, jornal satírico de ficção fantástica criado por Angelo Dias, que durante 2016 e 2019 criticou a ascensão de um discurso conservador tanto na política nacional quanto na sociedade. Portanto, viu-se a necessidade de explorar as formações discursivas de caráter crítico que permeiam o jornal. Como objetivo geral tem-se o de analisar as formações discursivas de caráter crítico em Tempos Fantásticos; enquanto os específicos são: verificar o posicionamento político-ideológico criticado no texto, e examinar os efeitos de sentidos produzidos através da linguagem humorística do jornal. Essa pesquisa é fundamentada nos conceitos da Análise de Discurso de Orlandi (2008; 2009), Pêcheux (2010) e Indursky (2011). Por fim, pode-se concluir que Tempos Fantásticos critica o falso moralismo brasileiro utilizando referências ao cenário político nacional através dos processos de paráfrase e polissemia. A memória coletiva mostra-se crucial para que o leitor perceba a retomada de sentidos já estabelecidos apontados no texto literário.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO, Victor Sérgio Freire. O golpe de 2016 e o apogeu reacionário. Revista Homem, Espaço e Tempo, v. 12, n. 2, 2018.

CAUSO, Roberto de Souza. Esboço de uma história da crítica de ficção científica no Brasil. In: SUPPIA, Alfredo (org). Cartografia para a ficção científica mundial: cinema e literatura. São Paulo: Alameda, 2015.

DAVALLON, Jean. A imagem, uma arte de memória?. In: ACHARD, P. et al. O papel da memória. Tradução de José Horta Nunes. 3. ed. Campinas: Pontes, 2010.

DE SOUSA, Emanoel Barbosa; SANTIAGO, Márcio Sales. Infossátira, verdade, mentira, realidade, ficção, hiper-realismo: unidades lexicais caracterizadoras de portais de notícias satíricas. Debate Terminológico. ISSN: 1813-1867, n. 12, p. 21-30, 2014.

DIAS, Angelo; LIMA, João. Fodeu de vez (no bom sentido). Tempos Fantásticos, v. 27, 2019, p. 4.

GREGOLIN, Maria. Análise do discurso e mídia: a (re) produção de identidades. Comunicação mídia e consumo, v. 4, n. 11, p. 11-25, 2008.

INDURSKY, Freda. A memória na cena do discurso. In: INDURSKY, Freda; MITTMANN, Solange; FERREIRA, Maria Cristina Leandro (Orgs.). Memória e história na/da análise do discurso. Campinas, Mercado de Letras, 2011.

MONTEIRO, Beatrice Nascimento; LIMA, Silvana Maria Calixto de. Recategorização metafórica no gênero notícia satírica. 2015.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso & leitura. Campinas, Cortez, 2008.

_____________. Análise de discurso: princípios & procedimentos. Campinas, Pontes, 2009.

PASCHOAL, Cristiano Sandim. O novo tom axiológico da expressão “cidadão de bem”: refrações semânticas e indícios de estratificação da sociedade brasileira. Revista Memento, v. 11, n. 1, 2020.

PÊCHEUX, M. O papel da memória. In: ACHARD, P. et al. O papel da memória. Tradução de José Horta Nunes. 3. ed. Campinas: Pontes, 2010.

RÜSCHE, Ana; FURLANETTO, Elton Luiz Aliandro. Cultura e política nos anos 2010: anseios e impasses na ficção científica de Aline Valek e Lady Sybylla. Abusões, v. 7, n. 7, 2018.

Downloads

Publicado em

10 de setembro de 2023

Como Citar

AQUINO DA SILVA, A. B.; SANTOS, I. V. S. . O CONSERVADORISMO BRASILEIRO NO DISCURSO DE TEMPOS FANTÁSTICOS . Revista 15 de outubro, Campina Grande, v. 1, n. 2, p. 29–38, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.8412295. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/r15o/article/view/980. Acesso em: 21 dez. 2024.

Seção

Artigos