OS PROFESSORES DO IFTO CONTAM SUAS HISTÓRIAS
Resumo
Este trabalho tem como objetivo narrar às memórias de professores do Instituto Federal do Tocantins em Palmas - IFTO, que estão em processo de aposentadoria e exercem a docência desde a década de 2000. A abordagem deste trabalho é qualitativa, com natureza descritiva e procedimentos metodológicos baseados no método de pesquisa da história oral, que é esclarecido por Thompson (2002, p. 9) como “a interpretação da história e das mutáveis sociedades e culturas através da escuta das pessoas e do registro de suas lembranças e experiências”. Utilizando a história oral temática baseada em Santos (2008), Alberti (2005), Minayo (2001) e Triviños (1987) com foco na história oral temática, por compreender que esse método de pesquisa se compromete a esclarecer o tema estudado a partir de um ponto de vista, a fim de atender o objetivo pretendido. Para Alberti (2005, p. 37), “as entrevistas temáticas são aquelas que versam prioritariamente sobre a participação do entrevistado no tema escolhido com roteiro de entrevistas semi-estruturado com as questões sobre a cultura escolar existente nas instituições de ensino, as relações sociais e profissionais com também as relações intergeracionais”. Nesse sentido, as lembranças dos idosos – verdadeiros guardiões da memória de um povo – passam a ser objeto de evocação das vivências individuais e/ou coletivas. Como um dos referencias teóricos tem-se também a obra Memória e Sociedade: lembranças de velhos de Ecléa Bosi (1983) onde se discute que as pessoas da terceira idade teriam uma história social com momentos bem definidos, enquanto os jovens estariam envolvidos em conflitos cotidianos. Halbwachs (1968) outro teórico utilizado, opõe-se ao sentido da evocação do velho frente à do adulto. Assim, o “velho” deixa de ser um membro ativo, resta-lhe, dentro do grupo social, a função de recordar. Bosi (1983) afirma que o homem ativo não se dedica muito à atividade de lembrar; já o velho, afastado da correria cotidiana, volta-se mais frequentemente à refração do passado. Dessa forma, a ‘pressão dos preconceitos’ e ‘preferências das sociedades dos velhos’ podem ser camufladas por valores e padrões vigentes em uma sociedade que, por sua vez, é capaz de modelar a sua história de vida grupal e individual. Nas entrevistas, os professores velhos narraram suas vivências e experiências que tiveram com as diferentes gerações em sala de aula. Conclui-se que as memórias dos professores velhos sobre os saberes docentes e a socialização profissional são processos que no fazer pedagógico estão inter-relacionados e são indispensáveis para o exercício da prática docente cidadã.