TRANSLINGUISMO LITERÁRIO
UMA REFLEXÃO SOBRE A (AUTO)TRADUÇÃO NA ESCRITA CHICANA DE HINOJOSA
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.14052647Resumo
A proposta deste artigo é refletir sobre o translinguismo literário observado nas escritas chicanas, em especial a autotradutória de Rolando Hinojosa-Smith, com a finalidade de contribuir para o debate contemporâneo em torno à ideia de comunidade literária, que se fragiliza ao colidir com escritas que se produzem fora do paradigma de unidade linguística. As escritas chicanas, marcadas pelo atravessamento ou a alternância entre dois ou mais códigos linguísticos, como o inglês e espanhol, e por vezes o spanglish, assim como suas (auto)traduções, expressam a pluralidade que as caracteriza, evidenciadas em seus atravessamentos culturais e linguísticos que estão em constante movimento e negociação. A (auto)tradução desses escritos permite entender tal processo como uma forma de mediação cultural entre os sujeitos, uma vez que reconhece o uso da linguagem híbrida como forma de resistência e (re)afirmação identitária, cultural, social e política. As reflexões encontram alicerce teórico nos estudos de Steven Kellman (2019); Helena Tanqueiro (1999); Benedict Anderson (1995); Glória Anzaldúa (1987); Ottmar Ette (2019); Maria Alice Antunes (2019); Cristiano Barros (2022); entre outros.
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