Sanatório Meduna
El abandono del patrimonio construido de Piauí
DOI:
https://doi.org/10.35572/arql.v3i9.6382Palabras clave:
Arquitetura, Patrimônio Edificado, Fotografia, PreservaçãoResumen
O Sanatório Meduna, inaugurado em 1954, foi um hospital psiquiátrico que atuou durante 56 anos em Teresina, sendo um dos maiores representantes do patrimônio cultural arquitetônico na área de psiquiatria do Piauí. Foi o primeiro hospital do Estado a trazer conceitos e tratamentos para a loucura que, apesar de ultrapassados e vistos como atos de crueldade na contemporaneidade, para a época eram grandes inovações ainda não conhecidos na região. Em termos arquitetônicos também foi uma obra inovadora, com inspiração de arquitetura tradicional ibérica e monástica, caracterizada por largos corredores, pátios abertos e grandes arcos que ladeiam todo o complexo hospitalar. Além disso, é muito presente no imaginário local, histórias e expressões populares como “mandar para o Meduna”, que embora demonstrem o estigma com relação a transtornos mentais, ilustram como a instituição influenciou ativamente na história e na cultura do Estado.
Em 2010, após o encerramento de suas atividades, o Sanátorio foi vendido para uma incorporadora imobiliária, o que resultou na demolição de cerca de 70% da edificação para dar espaço a um shopping center. A área restante do edifício é tombada a nível estadual através do Decreto Nº 20.201 de 05 de novembro de 2021, porém encontra-se sem uso e em contínuo estado de deterioração, revelando a complexidade e a negligência que é tratado um importante exemplar arquitetônico que guarda a história da arquitetura hospitalar na cidade. Deve-se compreender que tal obra ocupa um lugar de memória e que o embate com a cidade contemporânea manipulado pelos agentes imobiliários termina por comprometer esse importante depositário de identidade da cidade.
O ensaio fotográfico apresentado expõe a atual situação da edificação e denuncia a falta de efetividade dos instrumentos para proteção de bens construídos. Os ambientes tomados por vegetação, as paredes e forros marcados por infiltração e os telhados em ruína explicitam o conflito entre a especulação imobiliária e a preservação do patrimônio. Detalhes arquitetônicos como cobogós, cimalhas, colunas, arcos, forros decorados e ladrilhos hidráulicos são ofuscados pela degradação, as esquadrias com diferentes desenhos e formatos que um dia existiram hoje são apenas espaços vazios. Os grandes corredores e os pequenos quartos que abrigaram os pacientes que passaram pelo hospital e guardam a memória de uma época agora também refletem a negligência das instituições responsáveis e os interesses capitalistas que regem o desenvolvimento das cidades.
Apesar de tudo, as paredes continuam de pé e a edificação segue resistindo em meio a destruição e as tentativas de apagar a sua história, como uma lembrança de que o presente e o futuro nunca se desvencilharão do passado.
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