ENTRE APAGAMENTO E MEMÓRIA
MODERNISMO ATRAVÉS DE LENTES
Resumo
Este ensaio fotográfico foi desenvolvido com o intuito de somar aos acervos documentais de edificações do período moderno da cidade de Belém-PA; na medida em que a fotografia se faz um meio tangível de salvaguarda, e é capaz de transmitir a essência arquitetônica deste movimento através dos arranjos compostos por luz e sombra. Cada registro visual está de certa forma contribuindo para a preservação deste pedaço de história; medida esta fundamental, dado que com o passar do tempo, as cidades tendem a renovações diversas, sendo comum que ocorra o apagamento de diversos estilos arquitetônicos.
Em particular, a arquitetura modernista é uma das que mais sofrem com este fato, pois esta não costuma ser muito apreciada por sua “falta de adornos”, com isso existe a maior facilidade de vermos grande parte de seus exemplares vindo ao chão. Tendo em vista que muitas vezes estas construções transcorrem o tempo sem qualquer de tipo de documentação, criar esse copilado de fotografias com enfoque nos detalhes que fazem esses edifícios se destacarem em seu estilo único é cada vez mais necessário para fins de conscientização.
As imagens que seguem são de três edifícios distintos, tendo enfoque em seus detalhes construtivos e padrões da estética modernista paraense, detalhes estes que por muitas vezes passam despercebidos aos leigos. Estas são apenas algumas das construções emblemáticas do período moderno na capital (Belém-PA). Mesmo dentre as edificações mais conhecidas por seu valor histórico, poucas são aqueles que ainda se encontram conservadas, com poucas descaracterizações, e até mesmo com alguma preocupação de manutenção.
O estado de conservação das obras apresentadas varia, desde o mais completo abandono (INAMPS) ao uso readequado e ainda um pouco mais próximo de seu estado original. Sendo o SETRAN a única edificação dessa lista que foi tombada através do DPHAC em 2006, e o edifício Don Carlos que se encontra ainda em processo de tombamento. Na sequência será nítido que mesmo que as construções façam parte do mesmo movimento, cada um tem seu diferencial e até mesmo se assemelhando mais a outras linguagens do mesmo período como o brutalismo. O modernismo paraense tem seu toque único, e entre seus representantes mais conhecidos está Camillo Porto, autor de duas obras apresentadas aqui.
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