MOVIMENTOS DE TERREIRO, BIOPOLÍTICA E NECROPOLÍTICA: RESISTÊNCIAS DOS POVOS DE TERREIRO EM TORNO DO NECROTERRITÓRIO
Palavras-chave:
Povos de terreiro, Biopolítica, Necropolítica, NecroterritórioResumo
O presente estudo tem como objetivo analisar como os povos e comunidades de terreiro, especialmente quando organizados em movimentos de terreiro, são subjugados por tecnologias de biopolítica e necropolítica, com base nas teorias de Michel Foucault e Achille Mbembe. Para isso, inicialmente, discute-se o conceito de povos e comunidades de terreiro e o surgimento dos movimentos de terreiro no Brasil. Em seguida, são abordadas as tecnologias de biopolítica e necropolítica que impactam essas comunidades. Por fim, é analisado o conceito de "necroterritório" enquanto uma tecnologia necropolítica que promove a morte dos povos de terreiro, com ênfase nas práticas de territorialização e desterritorialização. A pesquisa, de caráter exploratório e com abordagem dedutiva, utilizou métodos de revisão bibliográfica — com base em autores como Michel Foucault, Achille Mbembe e Rogério Haesbaert — e revisão documental, por meio de relatórios institucionais sobre os povos de terreiro. Ao final, conclui-se que os movimentos e as comunidades de terreiro, em determinados momentos, são expostos à morte por tecnologias biopolíticas, enquanto, em outros, suas mortes são produzidas por tecnologias necropolíticas. Nesse cenário, o terreiro emerge como um necroterritório, marcado por dinâmicas de territorialização e desterritorialização, mas também como um espaço de reterritorialização.