“NUDISMO” É NO XANGÔ DE “MARIA TIMBU”: REPRESENTAÇÕES MARGINAIS DE PRATICANTES DE RELIGIÕES AFRO-BRASILEIROS EM CAMPINA GRANDE – PB, 1967
Palavras-chave:
Maria Timbu, representações, religião afro-brasileiraResumo
Este artigo apresenta os resultados da pesquisa realizada durante o mestrado em História na Universidade Federal de Campina Grande – PB, entre 2018 e 2023. inicialmente focado em outra temática, a investigação foi redirecionada para a figura de “Maria Timbu”, que se destacou nas fontes evidenciais. Para interpretar o material coletado, utilizamos os conceitos de dois historiadores: Roger Chartier e Michel de Certeau. O conceito de representações de Chartier nos ajudou a compreender como as narrativas sobre “Maria Timbu” foram socialmente construídas, refletindo os valores da sociedade campinense nas décadas de 1960 e 1970. As reportagens policiais e os registros judiciais desenvolvidos para moldar sua imagem pública como uma figura marginal, associada a práticas consideradas maléficas devido à sua a sua pratica religiosa, que eram vistas como tabu e ainda são criminalizadas em alguns contextos. Além disso, aplicamos o conceito de tática e estratégia de Michel de Certeau para analisar as formas de resistência de “Maria Timbu” diante das estruturas de poder. Enquanto a estratégia se refere ao controle institucional e social, a tática envolve as práticas cotidianas e improvisadas que os marginalizados utilizam para resistir e se adaptar. Portanto, este trabalho não apenas narra os eventos relacionados a Maria Timbu, mas também reflete a experiência de outros sujeitos históricos que praticavam o Candomblé, a Umbanda, a jurema sagrada e outras tradições oriundas do hibridismo cultural e religioso