AS INFLUÊNCIAS HEGELIANAS NO PENSAMENTO ORIENTALISTA DO IMPERADOR D. PEDRO II E O CONDE ARTHUR DE GOBINEAU
Resumo
Entender as concepções de Zeitgeist e a organização das sociedades e os parâmetros estabelecidos por Hegel entre o Oriente e o Ocidente se afigura fundamental para compreender a mentalidade orientalista e imperialista do século XIX. O trabalho apresentado aqui é fruto de uma abordagem da minha dissertação de mestrado, onde não foi possível explorar mais sobre o tema, e tem como proposta principal analisar a influência desse hegelianismo predominante nos intelectuais oitocentistas e suas reverberações no que diz respeito ao Oriente, através do imperador Pedro II e o Conde de Gobineau. Através de análises e reflexões bibliográficas dos autores, propomos um debate sobre o contexto histórico e social no qual estavam envoltos, relacionando também com autores que trabalharam previamente com o tema, e dessa forma, a análise das fontes em si, ou seja, os relatos de viagem do imperador ao Oriente Médio em 1871 e 1876 e as obras de Gobineau sobre o Oriente e o Islã (1853-1869). Através de debates sobre seus contextos históricos, sociais e religiosos, discutiremos o conceito hegeliano de História e de Oriente e suas reverberações nas obras de Pedro II e Gobineau, bem como tecer críticas a essas noções reducionistas do Oriente e da teleologia histórica