ENTRE A CORDILHEIRA DO ATLAS E O MACIÇO DOS PIRINEUS: A ETNOGRAFIA COMO PRÁTICA E GÊNESE DO APARELHO CONCEITUAL DE PIERRE BOURDIEU

Autores

  • JOSÉLIO DOS SANTOS SALES Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
  • MARINA PRADO SANTIAGO Universidade Federal da Paraíba, UFPB,
Palavras-chave: Argélia, Béarn, estruturas econômicas, estruturas temporais, habitus

Resumo

A transição de Pierre Bourdieu da Filosofia para as Ciências Sociais é marcada definitivamente pelos trabalhos realizados tanto na Argélia, durante a ocupação francesa, quanto no Béarn, sua terra natal, formando epistemologia e sua ação política. Ao compreendermos isso, percebemos que os conceitos que ele desenvolveu para interpretar o mundo social e as categorias analíticas que empregou não surgiram do vazio metafísico. O conjunto conceitual emerge do aprofundamento na análise de dados e na observação empírica que ele utilizou para compreender as estruturas econômicas e temporais, possibilitando a transformação social nos dois campos de estudo. Conceitos como habitus, condicionamentos sociais e culturais vividos pelas formações modernas e incorporados pelos agentes, atravessados por estas mesmas formações modernas, foram guiados pelas questões empíricas, justamente por estarem centrados nas questões sociais analisadas por ele. A pesquisa empírica permitiu que ele testasse hipóteses, comparasse as transformações em sua cidade natal e na Argélia, observasse a compreensão do tempo e o mundo econômico para validar sua teoria. Para isso, ele utilizou instrumentos metodológicos como fotografia em situações extremas, como uma guerra, para melhor analisar o drama vivido pelos argelinos. As fotografias ou disposições nelas incorporadas também serviram para compreender os corpos de seus conterrâneos. Desse modo, o aparelho conceitual empregado por Bourdieu, emerge de seu trabalho no campo

Biografia do Autor

JOSÉLIO DOS SANTOS SALES, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Doutorando em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba (PPGA - UFPB) e Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Estadual da Paraíba (2012). Concluí a graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

MARINA PRADO SANTIAGO, Universidade Federal da Paraíba, UFPB,

Mestra em Antropologia Social na linha de Território, Identidade e Meio Ambiente (PPGA/UFPB), Doutorado em andamento em Pós-graduação em Antropologia Social pela Universidade Federal da Paraíba, UFPB, Brasil.

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Publicado em

18 maio 2024

Seção

Artigos Correntes