O QUE SE FALA DO FIM DO MUNDO?: COLONIALIDADE, EPISTEMOLOGIA E A FICÇÃO DA HETEROSSEXUALIDADE EM PERSPECTIVA HISTÓRICA
Resumo
Este texto toma como ponto de partida as discussões a respeito daquilo que temos chamado de Estudos Queer e Estudos Decoloniais a fim de problematizar os discursos que atravessaram e atravessam diretamente a produção de intelectuais das áreas estudadas, mas também de subjetividade de sujeitos fora da norma de gênero e sexualidade ao mesmo tempo que estão em territórios sob efeito de subalternidade, ou seja, pontos de imbricação e distanciamento. Em um primeiro momento do texto é proposta uma torção epistemológica que possibilite perceber a emergência desses sujeitos abjetos no seio do Cistema moderno- colonial e, em um segundo momento é problematizado, a partir de uma revisão de literatura, como as identidades sexuais ditas “normais” e “patológicas” aparecem dentro do regime de poder-saber cientificista, médico e jurídico do século XIX por meio de práticas disciplinares do corpo. Do controle nas ruas aos tratamentos para cura do homossexualismo com terapias de convulsão ou choque, passando pela criminologia, área responsável por atribuir os traços de degeneração e perversidade aos homossexuais. Por fim, compreendo que esse conjunto de saberes se apoiaram no epistemicídio eurocêntrico e na Colonialidade do Gênero como modo de perpetuar as múltiplas formas de violência que marcaram e marcam o corpo de sujeitos desviantes a norma de inteligibilidade cisgênera, heterossexual, branca e geolocalizados em territórios ditos de terceiro-mundo