MEMÓRIAS DE UM PAÍS EM DESENVOLVIMENTO
JACOB GOLDEMBERG E OS PROJETOS PARA O INSTITUTO BUTANTAN E A USP NOS ANOS 1960
Resumo
Arquiteto formado em 1959 pela Faculdade Nacional de Arquitetura no Rio de Janeiro, na então capital federal, Jacob Blumen Goldemberg teve em seus primeiros anos de profissão a oportunidade de atuar em um plano governamental de enorme impacto para o desenvolvimento regional de São Paulo, iniciado no Governo de Carlos Alberto de Carvalho Pinto (PDC), no qual os arquitetos urbanistas tiveram um papel central. Trabalhando em uma das principais frentes do Plano de Ação do Governo do Estado (1959-1963), no planejamento da Cidade Universitária da USP e do Instituto Butantan - instituições vizinhas na zona oeste de São Paulo -, Goldemberg atuou em diversos projetos para o campus do Instituto de saúde e pesquisa entre 1961 e 1964. Foram identificados oito projetos para o Butantan cuja a autoria é conferida ao arquiteto em colaboração com outros profissionais: Abelardo de Souza, João Carlos Broos, Léo Quanji Nishikawa, Miranda Magnoli e Luiz Contrucci. O grupo desenvolveu projetos para o Edifício da Produção, Edifício da Administração, Hospital, Restaurante, Macacário, Biotério, um museu institucional e um Plano Geral de zoneamento do campus do Butantan, integrado ao plano da Cidade Universitária. Assim como outros projetos desenvolvidos pelo Plano de Ação em todo o estado, os edifícios e planos para o campus de pesquisa e produção do Instituto Butantan não foram executados, restando a lacuna histórica deste episódio da arquitetura moderna brasileira. Esta entrevista teve como objetivo retomar esta história a partir da perspectiva de um dos atores que atuou nestes projetos de modernização. Buscamos assim compreender questões como o contexto da formação profissional do arquiteto, sua atuação no Plano de Ação, as relações que estabeleceu com outros profissionais, o cenário da arquitetura brasileira com a construção de Brasília e sua perspectiva sobre os projetos que desenvolveu. Resultado de uma modernização desenvolvimentista, este episódio representou a possibilidade de superação da condição de dependência do país, na agência de seus arquitetos e planejadores.
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Referências
LUCCA NETO, Luiz de. Instituto Butantan, Plano de Ação e as disputas institucionais de planejamento (1959-1981). 2021. Dissertação (Mestrado em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021. doi:10.11606/D.16.2021.tde-20072021-201533. Acesso em: 2024-12-11.
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© 2024 Luiz de Lucca Neto, Monica Junqueira de Camargo
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