AÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE AS HEPATITES VIRAIS À PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE EM UMA CADEIA PÚBLICA DA PARAÍBA

Autores

  • João Diniz Neto UFCG
  • Emilainy da Silva Santos UFCG
  • Mayla Fernandes Ribeiro UFCG
  • Kaliane Cândido dos Santos Oliveira UFCG
  • Lucas Barbosa Farias Leal SEAP
  • Fabiano Fernandes Queiroga SEAP
  • Erica Braga de Aguiar SEAP
  • Jurandir Nascimento dos Santos SEAP
  • Márcia Maria Medeiros Santos Secretaria Municipal de Saúde de Cuité
  • Gigliola Marcos Bernardo de Lima UFCH
Palavras-chave: Educação em Saúde, Prisão, Ação Educativa

Resumo

As hepatites virais são consideradas mundialmente um grave problema de saúde pública devido à sua forma crônica e silenciosa sendo diagnosticada na maioria dos casos em estágio avançado. As hepatites virais são infecções que acometem o fígado, comprometendo assim sua função e podendo evoluir para condições fatais. No Brasil, estima-se que milhões de pessoas estejam infectadas pelos vírus das hepatites B e C, muitas das quais desconhecem sua condição devido à ausência de sintomas iniciais (BRASIL, 2024). Neste sentido, o Ministério da Saúde promove anualmente a campanha "Julho Amarelo", que visa conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e das estratégias preventivas, promovendo a saúde e o controle da disseminação dessas doenças (BRASIL, 2019).

O ambiente prisional apresenta elevada vulnerabilidade à transmissão de doenças infecciosas, especialmente as hepatites virais dos tipos B e C (PEREIRA et al., 2019). Fatores como a superlotação, uso compartilhado de materiais perfurocortantes e o acesso precário a serviços de saúde favorecem a disseminação dessas infecções. Além disso, a marginalização social dos internos frequentemente resulta em uma carência de conhecimento sobre saúde e prevenção (ELY et al., 2023). Para enfrentar esses e outros desafios foi instituída em 2014 a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) que tem como principal estratégia inserir a população carcerária no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e estar alinhada a outras iniciativas, como a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), que promove ações educativas nos cenários de prática (BRASIL, 2021; BRASIL, 2018).

Em consonância as políticas citadas anteriormente, a ações de educação em saúde desempenha um papel fundamental na socialização do conhecimento as pessoas privadas de liberdade. Essas ações promovem a compreensão sobre o acesso aos seus direitos legais e reforçam a dignidade humana (LIMA, 2022). Neste sentido, as atividades de extensão universitária aproximam-se dessa população, proporcionando aprendizagem em saúde por meio de práticas educativas inter e multidisciplinares, o que contribui para conscientizar os futuros profissionais de saúde sobre seu papel na assistência a populações vulneráveis (NASCIMENTO et al., 2021).

Nesse contexto, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) se destaca por integrar o ensino acadêmico à prática profissional, proporcionando aos estudantes de graduação experiências diretas no âmbito da atenção à saúde (BRASIL, 2010). Na edição atual (2024-2026), o Programa tem como eixo central a promoção da equidade, funcionando como uma ponte para a execução de ações voltadas a temáticas transversais. Essas ações abrangem questões como gênero, identidade de gênero, sexualidade, raça, etnia e deficiências, com a finalidade de proporcionar um cuidado humanizado e integral, em conformidade com os princípios do SUS e as demandas atuais da saúde pública (BRASIL, 2023). Assim, unidades prisionais, como o cenário deste estudo, se alinha ao tema central da Equidade do Programa PET-Saúde (2024-2026).

Assim, este trabalho tem como objetivo descrever a experiência vivida por estudantes, profissionais de saúde e equipe penal durante a atuação na campanha Julho Amarelo em uma Cadeia Pública da Paraíba.

 

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Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Hepatites virais. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/hepatites-virais. Acesso em: 07 jan. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde/Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Edital SGTES/MS Nº 11, de 16 de novembro de 2023. Seleção para o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde: Equidade 2024-2026). Diário Oficial da União. Brasília, 2023. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/edital-sgtes/ms-n-11-de-16-de-setembro-de-2023-523637034. Acesso em: 08 jan. 2025.

BRASIL. Portaria GM/MS nº 2.298, de 9 de setembro de 2021. Dispõe sobre as normas para a operacionalização da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União. Brasília, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2021/prt2298_10_09_2021.html. Acesso em: 07 jan. 2025.

BRASIL. LEI Nº 13.802, de 10 de janeiro de 2019. Institui o Julho Amarelo, a ser realizado a cada ano, em todo o território nacional, no mês de julho, quando serão efetivadas ações relacionadas à luta contra as hepatites virais. Brasília: Presidência da República, 2019. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13802.htm. Acesso em: 07 jan. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento?. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_educacao_permanente_saude_fortalecimento.pdf. Acesso em: 07 jan. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Interministerial nº 421, de 3 de março de 2010. Institui o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde) e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/pri0421_03_03_2010.html. Acesso em: 08 jan. 2025.

ELY, Karine Zenatti et al. A Educação Permanente em Saúde e os atores do sistema prisional no cenário pandêmico. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 21, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tes/a/FX5FGyjLBYbsBH6myRdZRBP/?lang=pt. Acesso em: 08 jan. 2025.

LIMA, Thiago Oliveira Sabino de. Saúde da população privada de liberdade em Palmas/TO. 2022. 106f. Dissertação (Mestrado em Ensino em Ciência e Saúde) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ensino em Ciência e Saúde, Palmas, 2022. Disponível em: https://repositorio.uft.edu.br/handle/11612/4417. Acesso em: 08 jan. 2025.

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PEREIRA, Ívina Lorena Leite et al. Hepatites em pessoas privadas de liberdade: revisão sistemática. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 2, n. 3, p. 2095-2106, 2019. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/1577. Acesso em: 08 jan. 2025

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Publicado em

4 de abril de 2025

Como Citar

NETO, J. D. .; SANTOS, E. da S. .; RIBEIRO, M. F. .; OLIVEIRA, K. C. dos S. .; LEAL, L. B. F. .; QUEIROGA, F. F. .; AGUIAR, E. B. de .; SANTOS, J. N. dos .; SANTOS, M. M. M. .; LIMA, G. M. B. de . AÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE AS HEPATITES VIRAIS À PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE EM UMA CADEIA PÚBLICA DA PARAÍBA. Caderno Impacto em Extensão, Campina Grande, v. 6, n. 3, 2025. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/cite/article/view/6313. Acesso em: 18 abr. 2025.

Seção

Educação Permanente em Saúde/ Educação em saúde com temas/metodologias variadas/ Intersetorialidade e o PET-Saúde; Trabalho e Formação em saúde

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