Vol. 2 No. 2 (2021): REVISTA ELETRÔNICA DISCENTE HOMUS - VOLUME II
Essa edição, para nós editores, é um marco. Criado por um grupo de estudantes e, às pressas, publicado um primeiro número para obtenção do registro ISSN, o projeto passou por perdas, mas em seguida os ganhos foram ainda maiores. Ao ingressarem os editores que hoje fazem parte do corpo editorial, a revista cresceu de forma exponencial em muito pouco tempo, mesmo período em que amadureceu, ganhou cara e uma identidade...
Por isso sou grato, enquanto idealizador deste projeto, a estes que ingressaram na revista; sim, existe um consenso entre os editores para que o editorial seja escrito por todos, entretanto, no mehor momento da revista até agora estou me despedindo do projeto, por isso pedi licença para escrever sozinho este editorial, para agradecer aos que ingressaram neste projeto e abraçaram a visão. Mas que visão é essa que mudou a história de um projeto que, diga-se de passagem, ainda é um bebê (uma vez que completou apenas1 ano)? Pois bem, a visão partiu de mim, idealizador do projeto, que, mais ou menos na metade da graduação me encontrava desenvolvendo um projeto PIBIC e precisando de publicações, quando percebi algo de muito sério: o espaço para alunos de graduação é muito limitado, muito se incentiva a publicar, iniciar a escrita, mas pouco se á espaço, este fica reduzido apenas a discussões em sala de aula, ao passo que as revistas estão reservadas aos alunos de pós e em sua grande maioria a doutores.
O choque foi gigante: “que contradição!” – pensei, “como nos incentivam tanto a publicar e não nos dão espaço?”, o máximo de espaço em publicação que eu via limitava-se eventos científicos, não menosprezando o espaço, mas considerando que quando vamos a uma seleção de pós esse espaço conta muito pouco, ao passo que as maiores pontuações vão para publicações em periódicos. Mas como publicar em periódico se estes estão reservados aos pós-graduandos e doutores? E como ainda me cobram numa seleção de pós por isso? Contradições, contradições, enfim... Nesse momento eu trabalhava no corpo editorial da Mnemosine Revista – revista do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande, eu exercia a função de editor de formatação; entretanto, pensando no gigantesco problema que eu havia encontrado, pensei “por que não abrir uma revista voltada somente para estudante de Graduação?”, mas por onde começar? Me aprofundei no tema, fiz um curso pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, intitulado “qualificação para novos editores”, que diga-se de passagem foi maravilhoso, e criei o projeto.
Após divulgado o projeto, uma proposta tentadora bateu à nossa porta: de financiamento da revista, entretanto, seria uma proposta de vinculação a uma instituição, com site próprio, página do OJS PKP, tudo gratuito, entretanto, deveríamos ceder 50% do espaço da revista a alunos de Pós-Graduação... Mas não, não era o nosso foco, queríamos dar espaço a aluno de graduação, este era o nosso objetivo, nosso anseio, nosso princípio maior, por isso recusamos a proposta e decidimos seguir pelo caminho mais difícil: financiamento próprio (do próprio bolso), divulgação como trabalho “de formiguinha” – cada editor trabalhando nisso, e várias outras dificuldades que nos empenhamos a enfrentar para ter a liberdade de colocar em caixa alta “projeto sem fins lucrativos nem vínculo institucional”, decisão que cobrou um preço alto. Um preço alto que deu certo, hoje somos mais de 1.000 seguidores no Instagram, mais centanas no Facebook e um volume alto de submissão de trabalhos, trabalhos de todos os cantos do Brasil, de muitas instituições, um número de páginas que excede 500 páginas, ainda no 2º número da revista. Estamos apenas começando, mas para mim é o fim de um ciclo, me sinto feliz e honrado em ter iniciado esse projeto, mas “passo a bola” para o pessoal que fica, com toda certeza do mundo que vai crescer ainda mais. Minha saída se justifica por questões muito pessoais, que não cabe publicizar, mas quis usar esse espaço para dizer que sou grato por ter iniciado esse projeto e por ver que alunos de Graduação podem publicar, ter voz e provar que podem desenvolver bons trabalhos!
À vida, à fé e à esperança na Ciência...
Felipe Cardoso de Souza
(Ex)Editor e idealizador do projeto...