DAS ALQUIMIAS DO FEMININO NA CONTEMPORANEIDADE: UM ESTUDO SOBRE OS OFÍCIOS E MEMÓRIAS DAS REZADEIRAS NO SERTÃO PARAIBANO.

Autores

  • Mariana Palácio de Melo UFCG
  • Thalyta de Paula Pereira Lima UFCG

Palavras-chave:

Rezadeiras, Gênero, Sincretismo religioso

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo historicizar e analisar os ofícios e memórias das rezadeiras na região de Cajazeiras, Paraíba, utilizando-se da metodologia da História Oral. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 7 (sete) mulheres mapeadas na zona urbana do município. As rezadeiras são comumente descritas como pessoas idosas, conhecedoras de plantas e orações e que possuem dons curativos. Segundo a literatura abordada, como: Câmara, 2020; Del Priore, 2011; Federici, 2017, elas combinam conhecimentos de origens indígenas, africanas e europeias, dispondo de um aparato religioso baseado no catolicismo popular. Seu ofício tem como objetivo extinguir determinadas mazelas espirituais e físicas por meio das chamadas benzeduras. Foram durante certo tempo procuradas pela parcela menos abastada da sociedade, pois representavam um dos poucos recursos acessíveis para as mais diversas enfermidades. Historicamente, essas mulheres foram estigmatizadas como bruxas e perseguidas pela Igreja Católica e pela medicina moderna. Contudo, elas resistiram e ressignificaram seus saberes mediante as apropriações do capitalismo e as adversidades do tempo. Todavia, percebemos que as rezadeiras continuam fazendo parte de um segmento marginalizado, cuja sabedoria ancestral e geracional, que deveria ser protegida, é afetada pelo crescente risco do apagamento.

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Publicado

2024-12-22