MONITORAMENTO DE BORBOLETAS FRUGÍVORAS DO PARQUE ESTADUAL DO PICO DO JABRE
Resumo
As borboletas apresentam duas guildas alimentares: nectarívora, que se alimenta de nectar e a frugívora principalmente de frutos fermentados. As borboletas frugívoras são utilizadas como bioindicadores da qualidade ambiental. O monitoramento dessa taxocenose pode auxiliar em decisões para a conservação da fauna e flora local. O objetivo desse trabalho é acessar a composição, riqueza e abundância de borboletas frugívoras do Pico do Jabre, seus respectivos hábitats e relacioná-las ao seu estado de conservação para subsidiar ações dos futuros gestores. O monitoramento foi realizado de outubro de 2022 a agosto de 2023 (dois dias/mês), com o uso de armadilhas do tipo Van Someren-Rydon distribuídas em seis transectos, em altitudes que variaram de 700 a 1.197m (base/topo). Os indivíduos capturados foram identificados, registrados em planilhas, os exemplares coletados foram montados no Laboratório de Ecologia e Interações de Insetos da Caatinga e depositados na coleção. A riqueza de borboletas frugívoras do Pico do Jabre foi de 26 espécies, das quatro subfamílias de frugívoras e 11 tribos. Das 26 espécies, sete não haviam sido registradas em estudos anteriores. Diaethria clymena é um registro novo para a Paraíba e Dynastor darius teve sua área de distribuição ampliada. As borboletas utilizaram os ambientes de forma diferenciada, acima de 1000m ocorreu a maior riqueza e espécies mais raras, contudo, abaixo ocorreu maior abundância. Assim, a preservar todos os ambientes do Pico do Jabre é estratégico para a conservação, não somente de borboletas, mas de toda biodiversidade.