Contribuições para o diagnóstico, epidemiologia e controle da leptospirose suína no semiárido
Resumo
A leptospirose é uma infecção bacteriana que acomete diversas espécies incluindo os suínos e o homem, e causa impacto econômico em decorrência de perdas reprodutiva. Estudos prévios na Caatinga demonstraram a possibilidade de vias alternativas de transmissão de Leptospira ssp. em ruminantes. Dessa maneira, esse estudo teve como objetivo promover avanços no conhecimento relacionado ao diagnóstico sorológico, aspectos epidemiológicos e controle da leptospirose em suínos mantidos em condições semiáridas. Os testes de PCR e soroaglutinação microscópica (SAM) foram realizados para detectar Leptospira spp. e anticorpos anti-Leptospira spp., respectivamente. A análise sorológica mostrou uma taxa de positividade de 15% (06/40) e a PCR identificou o DNA da Leptospira spp. em 62,5% (25/40) dos animais. Apenas 7,5% (03/40) animais foram positivos para as duas técnicas. O sorogrupo mais frequente foi Semaranga (66%), seguido de Australis (17%), e Bataviae (17%) com títulos variando de 25 a 50. O DNA da Leptospira spp. foi detectado em 40% (16) das amostras do trato reprodutivo, 32,5% (13) do trato urinário, 32,5% (13) do fluido cérvico-vaginal e 30% (12) em amostras de urina. A alta frequência de animais positivos na PCR de trato reprodutivo e a maior sensibilidade da SAM quando comparada à PCR de trato reprodutivo contribuem para melhor compreensão da participação do trato genital como via alternativa na transmissão de Leptospira ssp. em suínos no contexto do semiárido brasileiro.