MUNDOS DO TRABALHO E SUAS RECONFIGURAÇÕES EM CONTEXTOS PERIFÉRICOS
Palavras-chave:
Informalidade, Precariedade, AutoempreendedorismoResumo
O trabalho é condição fundante da sobrevivência e da formação de identidades coletivas no capitalismo, no qual o assalariamento tornou-se a forma básica das relações capital-trabalho. Entretanto, as mudanças nas relações de trabalho das últimas décadas aparecem acompanhadas das chamadas formas flexíveis de contrato de trabalho, tendo em comum a marca do desemprego, da informalidade e da precariedade das relações de trabalho. Assim, o que vemos na sociedade atual é o incentivo ao não vínculo empregatício, ou seja, que os trabalhadores se tornem “patrões de si mesmos”, donos do seu próprio negócio, como forma de resolver a questão do desemprego. Portanto, os objetivos deste trabalho foi conhecer as estratégias de reprodução social de trabalhadores/as informais e problematizar os reflexos das políticas neoliberais em seus cotidianos de trabalho. Faz parte da metodologia um levantamento de pesquisas do IBGE, DIEESE e IPEA, a partir do ano de 2020 e a realização doze entrevistas distribuídas entre as seguintes categorias: trabalhadoras domésticas, trabalhadoras/es da beleza, feirantes, ambulantes e entregadores/as por aplicativos. Entre os principais resultados observamos como a ideologia neoliberal se expressa no cotidiano de trabalho, incentivando formas de autoempreendedorismo, bem como o quanto a rotina de trabalho dos/as trabalhadores/as é intensa, principalmente das mulheres, devido a dupla jornada. Suas vidas são marcadas pela insegurança financeira e total ausência de direitos sociais, uma característica típica do trabalho informal. Por fim, verificamos que mesmo o trabalho sendo marcado pela precariedade, ele é central para reprodução social e da vida das/os entrevistadas/os e de suas famílias.