FICÇÃO CIENTÍFICA, SIMULAÇÃO E ONTOLOGIA SOCIAL NO CAPITALISMO SEMIÓTICO - as diferentes abordagens ontológicas em filmes e séries de ficção científica pós-1980
Palavras-chave:
Ficção científica, Semiocapitalismo, Realismo capitalistaResumo
Este trabalho aborda a relação entre ficção científica, simulação e ontologia social no contexto do capitalismo semiótico, focando nas diferentes abordagens ontológicas presentes em filmes de ficção científica produzidos nos Estados Unidos pós-1980. Considerando o capitalismo semiótico, essa análise foi elaborada a partir das franquias Blade Runner (1982 - 2017), O Exterminador do Futuro (1984 - 2019), Robocop (1987 - 2014) e Matrix (1999 - 2021), por se tratarem de filmes que influenciaram o imaginário social de modo que são produtos-produtores da noção de realismo capitalista, além de abordarem questões sobre humanidade, identidade, memória, liberdade, realidade em meio a um contexto de relações de poder entre os humanos e suas produções técnicas-culturais através de estética e narrativas fortemente influenciadas pelo cyberpunk, onde as megacorporações e/ou máquinas controlam a vida das pessoas e a tecnologia é onipresente. O levantamento sobre as sinopses dos filmes, bilheteria e produção foi realizado através da base de dados do IMDB. Verificamos, inicialmente, que a década de 1990 teve o maior número de filmes com os temas aqui abordados, o que pode se relacionar com o contexto histórico-social das novas interações a partir da popularização das tecnologias digitais. Além disso, podemos concluir que todas as franquias analisadas trazem reflexões diferenciadas e complexas entre humanos e máquinas, hora fortalecendo essa fronteira, hora questionando, de modo que há crítica e defesa de um certo realismo capitalista-humanista.