O VOTO E A VACINA: INFLUÊNCIA DO ESPECTRO POLÍTICO NA COBERTURA VACINAL E NA MORBIMORTALIDADE DE DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS NO BRASIL

Autores

  • Tamara da Silva Almeida UFCG
  • Rodrigo Pinheiro Fernandes de Queiroga UFCG
Palavras-chave: Controle de doenças transmissíveis, Prevenção primária, Fatores políticos

Resumo

Objetivo: Analisar a relação entre o perfil do eleitorado brasileiro, a vacinação de crianças até 1 ano e o consequente impacto na morbimortalidade de doenças imunopreveníveis. Método: Trata-se de um estudo ecológico realizado no Brasil entre os anos 2019 e 2022. Foram coletados dados sobre a cobertura vacinal no SI- PNI. Os municípios foram divididos entre esquerda e direita, considerando o percentual de votos em cada candidato no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, com dados obtidos no TSE. As diferenças observadas nas médias da cobertura vacinal entre os municípios foram testadas com a utilização do teste de Mann-Whitney. Os dados sobre a cobertura vacinal também foram categorizados entre municípios que atingiram e não atingiram as metas de cobertura preconizadas e foram testados com a utilização do teste Qui quadrado. Os testes foram realizados considerando um nível de significância de 5%. Resultados: Os achados iniciais mostram que os municípios de direita possuem maior média de cobertura vacinal e maior alcance das metas quando comparados aos de esquerda para quase todos os imunobiológicos. No entanto, entre os anos 2019 e 2022, para as vacinas com diferenças estatisticamente significativas, observou-se uma maior queda ou menor aumento da média da cobertura vacinal e uma maior diminuição ou menor aumento do número de municípios de direita que alcançaram as metas. Conclusão: Municípios de direita, aparentemente, sofreram um impacto maior da hesitação vacinal na cobertura e no alcance das metas de cobertura vacinal, situação que pode impactar diretamente na morbimortalidade de doenças imunopreveníveis.

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Publicado em

dezembro 21, 2024

Seção

Resumos