VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE SERAPILHEIRA EM FRAGMENTO DE CAATINGA PRESERVADA NO SEMIÁRIDO DA PARAÍBA.
Resumo
O entendimento dos processos ecológicos relacionados à deposição e a ação dos organismos edáficos na transformação da serapilheira tem sido considerado um valioso instrumento para estudos de diagnóstico ambiental. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a deposição, acúmulo e o tempo de decomposição da serapilheira na Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Tamanduá em Santa Teresinha, Paraíba. O estudo foi conduzido na RPPN, situada no município de Santa Terezinha (PB), onde foram demarcados no ano de 2003, sete transectos que cortaram transversalmente uma parte da RPPN, distante 200 m entre eles, onde foram instalados os coletores de 1,0m x 1,0m, para avaliação mensal de serapilheira. Todo o material foi separado em frações folhas, galhos + cascas e material reprodutivo. O acúmulo de serrapilheira no piso florestal foi quantificado usando uma moldura com dimensões de 0,5 m x 0,5 m, para estimar a taxa de decomposição da serrapilheira. Para a mesofauna edáfica foram utilizados anéis metálicos (5,2 cm de altura e 4,8 cm de diâmetro), retirando quatro amostras por transecto para posterior extração no aparato de Berlese-Tullgren. A produção anual de serapilheira por deposição foi estimada em 3.034,86 kg ha-1 . Na fauna edáfica, destacaram-se as ordens Dipteras e Hymenopteras, correspondendo respectivamente a 22,73% e 14,77%. Conclui-se que houve grande diversidade de organismos da fauna edáfica do solo, com destaque na época chuvosa, e as frações folhas e galhos foram as que mais contribuíram para a formação da serapilheira e que a taxa de decomposição foi maior durante o período seco.